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"Os Cães Voltaram a Ladrar": documentário na guerra da Ucrânia

26 fev, 2024 - 15:26 • Redação

"Vi coisas que me marcaram para a vida.” João Miranda, estudante de jornalismo, visitou territórios ucranianos em conflito com a Rússia.

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“Os Cães Voltaram a Ladrar” é uma curta-metragem documental realizada na Ucrânia, um ano após o começo do conflito com a Rússia. O autor, João Miranda, é estudante de Jornalismo em Coimbra, e percorreu várias zonas do território marcadas pela destruição.

“Com esta guerra eu senti que era uma questão de “ver para crer”. Acredito que daqui a uns anos, para o bem e para o mal, vai ser história, e eu quis testemunhar na primeira pessoa”, contou João Miranda, em declarações à Renascença, sobre o motivo que o levou a visitar o palco do conflito russo-ucraniano.

O estudante viajou com o pai fotojornalista, num autocarro cheio de mulheres e crianças ucranianas, refugiadas da guerra. João descreveu a viagem como “um ambiente de constante solidariedade”, com pessoas que são “um pleno viveiro de histórias”, tendo em conta os diferentes passados e vivências.

Já na Ucrânia, João deparou-se com vários desafios. Primeiramente, a barreira linguística foi o primeiro entrave, uma vez que, segundo o estudante, apenas algumas pessoas falavam inglês.

A logística de movimentação no terreno também não foi fácil, de acordo com João Miranda. “Em Kiev estávamos num bosque nos arredores do confronto. Os soldados estavam sempre a limitar-nos a passagem e a questionar quem éramos, o que queríamos... A nossa sorte foi estarmos acompanhados de um capelão militar, que fez uma chamada e nos permitiu passar”.

"Os Cães Voltaram a Ladrar". Foto: João Miranda
"Os Cães Voltaram a Ladrar". Foto: João Miranda
"Os Cães Voltaram a Ladrar". Foto: João Miranda
"Os Cães Voltaram a Ladrar". Foto: João Miranda
"Os Cães Voltaram a Ladrar". Foto: João Miranda
"Os Cães Voltaram a Ladrar". Foto: João Miranda
"Os Cães Voltaram a Ladrar". Foto: João Miranda
"Os Cães Voltaram a Ladrar". Foto: João Miranda

O documentário conta com testemunhos e imagens que representam a realidade vivida na guerra. “Já estava à espera de ver coisas feias, mas vi coisas que me marcaram para a vida”, admitiu João. Para o estudante de 24 anos, visitar um cemitério repleto de campas com jovens da mesma idade do autor (e até mais novos) é uma “imagem que nunca se apagará”.

Outra história contada por João à Renascença foi a do jovem Yuri, de 22 anos, soldado sniper ferido em guerra. "Um rapaz que mal conseguia andar, que quando lhe perguntei o que queria fazer agora da vida, me respondeu muito timidamente que só queria voltar a andar e reconstruir a sua casa".

O realizador confessou que, “mais difícil do que fazermos o nosso trabalho, era sair dele, com aquela sensação de impotência, porque não dá para fazermos nada”.

A curta-metragem documental “Os Cães Voltaram a Ladrar” de João Miranda estreou recentemente e está disponível na íntegra no YouTube.

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