Aquilo a que João Cotrim Figueiredo, deputado único da Iniciativa Liberal, já chamou de “pecado original”, Miguel Quintas, o candidato à câmara de Lisboa (anunciado este sábado), disse ser, ainda no ano passado, uma “excelente opção para o desígnio nacional”. O tema em causa? A nacionalização da TAP.

Em abril do ano passado, durante o primeiro confinamento geral, Miguel Quintas, no papel de CEO da agência de viagens Consolidador, foi questionado, em entrevista ao portal Ambitur, se o Governo devia ou não intervir na TAP.

O empresário liberal equacionou a possibilidade de o Estado apoiar a Atlantic Gateway - “A haver apoio, então acredito que o estado venha (e deva!) pedir contrapartidas.” -, mas assumiu também, tendo em conta a importância da transportadora para a economia do país, o cenário de nacionalização.

“A avaliar pelos montantes e pela importância (já atrás referida) da empresa para o País, pensar numa nacionalização não é de todo descabido. Tudo indica que poderá ser uma excelente opção para o desígnio nacional que a empresa tem. Cabe ao estado fazer essa avaliação”, disse.

Dentro das fileiras da Iniciativa Liberal, o tema da nacionalização da TAP não é inócuo. O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, foi “alvo” de várias acusações por parte do partido em 2020, devido ao plano de resgate da companhia aérea.

A IL chegou mesmo a pôr um outdoor, junto ao aeroporto Sá Carneiro, com uma caricatura governante a propósito deste tema e no qual se lia: “Socialistas a fazer voar o dinheiro dos contribuintes desde sempre.”

A entrevista de Miguel Quintas ao portal Ambitur, datada de 9 de abril de 2020, está a circular nas redes sociais e a ser partilhada por elementos de outros partidos, como o Bloco de Esquerda e o PSD.