Os preços dos medicamentos mais baratos devem aumentar de novo em 2024 para evitar ruturas, tal como aconteceu este ano, segundo espera a presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF).

Em 2023, os medicamentos mais baratos aumentaram até 5%, para evitar que houvesse escassez destes fármacos.

À Renascença, Ema Paulino tem a expetativa que o cenário se repita no próximo ano, porque "é uma medida importante que estes medicamentos se mantenham no mercado".

"Estamos a falar de cêntimos. Pode ficar inviável que medicamentos com baixo preço nem cheguem a Portugal e, depois, as alternativas até acabam por ser mais caras. Por isso, tenho expetativas, a bem da atratividade do mercado nacional, que também se possa proceder a uma atualização em alta, em 2024", explica.

No entanto, a especialista esclarece que, em média, os preços dos medicamentos devem baixar, tendo em conta a revisão anual dos preços.

"Há uma comparação com determinados países de referência, que apresentam dimensões semelhantes em termos de mercado. Se os preços forem mais baixo do que em Portugal, os preços baixam para essa média", esclarece.

Esta segunda-feira a ANF realiza a conferência "Escassez de Medicamentos: Farmácias como parte da solução", no auditório do Infarmed. A responsável indica que a falta dos fármacos "continua semelhante", quer a nível nacional, quer a nível internacional.

Ema Paulino diz que um dos medicamentos mais em falta são os utilizados contra as diabetes e, por outro lado, alguns fármacos de nível hospitalar.

Mesmo assim a especialista garante que "a maioria dos medicamentos têm alternativas terapêuticas" e os portugueses podem contar que não vão ficar sem algum tipo de tratamento.

A presidente da ANF acredita que os farmacêuticos podem ter um papel importante nas soluções para a escassez de medicamentos e "resolver logo o problema sem voltar ao hospital para outra consulta".

"Sugerir alternativas às pessoas e resolver o problema na farmácia, através da substituição de uma marca por outra marca. Há mudanças legislativas que permitem agora alterar o tamanho da embalagem ou a dose e formulação do medicamento", expõe.

"Também há soluções que já são implementadas noutros países, como a possibilidade do farmacêutico manipular o medicamento na própria farmácia ou, se faltar um medicamento, fazer a substituição paralela do mesmo", sugere, ainda.