Do total de 733,2 milhões de euros de despesa com medicamentos, os hospitais do SNS foram responsáveis por 725 milhões, cabendo aos cuidados de saúde primários apenas cerca de 1% do montante global, ou seja, 8,1 milhões de euros.
A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde assinala que "a situação de escassez, que abrange os medicamentos Ozempic (semaglutido, nas suas três dosagens), Trulicity (dulaglutido) e Victoza (liraglutido) deverá manter-se em 2024 e 2025".
A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) adianta que o Kreon, contendo pancreatina, apresenta dificuldades de abastecimento a nível europeu que deverão se prolongar nos próximos dois anos.
Segundo Jaime Melancia, estes medicamentos inovadores, além de apresentarem "um acesso lento" para os doentes portugueses, quando comparado com outros países europeus, "só podem ser dispensados se foram comparticipados porque são caríssimos".
Em causa está uma avaliação da Agência Europeia dos Medicamentos (EMA) a vários genéricos que concluiu não haver dados ou estes serem insuficientes para "demonstrar a bioequivalência".
Presentes em Portugal desde 2008 (em 2006 na Europa) existem atualmente 18 biossimilares em comercialização, que "são uma alternativa terapêutica, mais custo-efetiva" que garante que mais doentes sejam tratados.
O Fluorouracilo, um medicamento essencial para o tratamento de cancros, está em rutura desde os meados de abril e as reposições de stock podem só começar em junho.
Henrique Raposo analisa a rutura, desde meados de abril, de um medicamento essencial para o tratamento de cancros. As reposições de stock podem só começar em junho.