A idade da reforma aumentou, ainda esta semana, um mês, fixando-se nos 66 anos e sete meses, mas em 2023, devido à pandemia, pode vir a baixar, admitiu o primeiro-ministro António Costa, esta quarta-feira, no Parlamento.

A esperança média de vida aos 65 anos é o indicador utilizado para ajustar a idade de acesso à aposentação, sendo calculada a partir da informação sobre mortalidade dos últimos três anos.

"De acordo com as previsões recentes sobre o desempenho da economia no ano transato, no próximo ano [2022] a mesma fórmula vai ter o efeito inverso de reduzir a idade da reforma. Essa é a formula e devemos manter essa estabilidade que é essencial para a estabilidade do sistema de Segurança Social", afirmou o primeiro-ministro.

A redução da idade da reforma será uma inversão inédita. Na semana passada, em declarações ao “Público”, o Diretor do Centro Nacional de Pensões já havia estimado que em 2023 a idade da reforma estaria nos 66 anos e cinco meses, menos um mês do que em 2020.

“Se viermos a assistir a uma redução substancial da esperança média de vida aos 65 anos, com o aumento de óbitos nos meses de Outono em 2020 e o que se prevê este ano, haverá efetivamente uma redução da idade de reforma”, disse Vítor Junqueira.

“Se, por hipótese, a EMV aos 65 anos relativa a 2021 vier a cair para os 19,46 anos (próxima da EMV aos 65 anos verificada em 2017), isso implicará que a idade de reforma em 2023 estará nos 66 anos e cinco meses”, explicou.