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O Hospital da Cruz Vermelha admite irregularidades na seleção dos profissionais a vacinar contra a Covid-19, levando à demissão do coordenador deste plano em Portugal, Francisco Ramos, que é também presidente da comissão executiva do hospital.

“Nos procedimentos de seleção dos profissionais a vacinar, foram detetadas eventuais irregularidades”, refere um comunicado do Hospital da Cruz Vermelha enviado à agência Lusa.

Segundo o documento, “este facto foi reportado à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, estando já a decorrer uma inspeção a cargo daquela entidade nos termos dos procedimentos de inspeção à execução das normas previstas no Plano de Vacinação contra o SARS-CoV-2”.

No mesmo documento, o HCV informa que “o início do processo de vacinação contra a Covid-19” neste hospital decorreu na terça-feira e hoje, tendo sido “vacinados 230 profissionais de saúde”.

O comunicado do HCV surge depois de, já esta quarta-feira, Francisco George ter negado quaisquer irregularidades na Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) no âmbito do plano de vacinação contra a Covid-19.

O presidente do Conselho de Administração da CVP explicou que, apesar de ter a designação Cruz Vermelha, o HCV “não é gerido pela Cruz Vermelha Portuguesa”, tendo a sua gestão passado, em dezembro, para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

O Hospital da Cruz Vermelha reafirma no comunicado “a sua disponibilidade para estar ao serviço do doente na prestação dos melhores cuidados de saúde”.

O coordenador da 'task force' para o Plano de Vacinação contra a Covid-19 em Portugal, Francisco Ramos, demitiu-se do cargo, anunciou hoje o Ministério da Saúde.

Em comunicado, o Ministério esclareceu que a demissão de Francisco Ramos decorre de “irregularidades detetadas pelo próprio no processo de seleção de profissionais de saúde no Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, do qual é presidente da comissão executiva”.

Numa declaração enviada às redações, Francisco Ramos acrescentou que as irregularidades diziam respeito ao processo de seleção para vacinação de profissionais de saúde daquele hospital.

A demissão ocorre numa altura em que são públicas diversas situações de vacinação indevida de várias pessoas em várias regiões do país e no dia em que arrancou a vacinação em centros de saúde de idosos com 80 ou mais anos e de pessoas com mais de 50 anos com doenças associadas, numa fase que abrange cerca de 900 mil portugueses.