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Apenas dois dos oito utentes do Centro Social dos Pousos, em Leiria, que pretendiam votar antecipadamente para as presidenciais, puderam fazê-lo esta quarta-feira.

“Eu nunca pensei em votar, mas foi muito bom”, disse à Renascença Blandina Vieira, de 67 anos.

Já Maria do Rosário foi impedida de votar e não escondeu o seu desagrado, porque “fazia parte do meu programa mental ter posto lá o meu voto”, até porque antes de ir para o lar não falhava uma votação.

A diretora técnica da instituição, Catarina Rodrigues, disse à Renascença que tal situação ter-se-á devido ao “facto de a morada fiscal destes dois utentes [que não puderam votar] ser o Centro Social”, o que não aconteceu com os restantes seis, que não tinham atualizado a morada quando entraram na instituição.

Catarina Rodrigues lamenta “a falta de apoio para resolver a situação” e conta que, “quando tentámos inseri-los na plataforma, havia um contacto telefónico para o qual podíamos esclarecer algumas dúvidas e tentar ultrapassar alguns constrangimentos”.

No entanto, diz, “nunca nos atenderam”.

Para Catarina Rodrigues, trata-se da privação de um direito, uma vez que os idosos “tinham esta vontade de votar, sempre o fizeram anteriormente”, mas “este ano, como estão confinados, não o poderão fazer presencialmente e é uma pena não podermos dar-lhes esta possibilidade.”

A responsável tem, ainda, esperança de que, até ao final da semana, “seja possível ultrapassar alguns destes constrangimentos”.

“Temos um grupo no WhatsApp da rede social de Leiria e a vereadora da ação social pediu o levantamento destes constrangimentos para ver se era possível ajudar-nos”, precisou.

Certo é que esta situação afetou muitos idosos de todo o país que, por não terem colocado a morada dos lares no Cartão de Cidadão, ficaram impedidos de exercerem o seu direito de voto.