A Herdade da Torre Bela anunciou esta segunda-feira que apresentou uma queixa-crime no Ministério Público contra a empresa espanhola que organizou a montaria na qual 540 animais foram abatidos, bem como contra desconhecidos.

Em comunicado, a Herdade adianta que, "tendo por base as provas recolhidas, apresentou uma queixa-crime junto do Ministério Público contra a entidade promotora da caçada (a empresa Monteros de la Cabra e o seu responsável Mariano Morales) e contra desconhecidos, através do seu advogado Dr. Alexandre Mota Pinto, do escritório Uría Menéndez Proença de Carvalho".

Na mesma nota enviada às redações, a Herdade da Torre Bela diz ter sido "a única entidade fortemente lesada, no seu património e reputação", pela "montaria ilegítima e abusiva na sua propriedade", ocorrida a 17 de dezembro.

Esta segunda-feira, o Ministério Público anunciou a abertura de um inquérito ao que aconteceu na quinta da Azambuja.

"É hoje absolutamente evidente que esta caçada ocorreu em inequívoca violação dos direitos de caça adquiridos e ultrapassando os limites acordados por contrato com a entidade exploradora da caçada, limites fixados pela Zona de Caça Turística em conformidade como permitido pela licença e pelo plano de gestão por si aprovado e que se encontrava à data, em vigor", defende a Herdade.

Os proprietários dizem ainda que têm colaborado "de forma estreita e permanente com todas as autoridades".

Para além da queixa-crime, é adiantado, a Torre Bela apresentou "junto do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), na semana passada, um conjunto de informações entretanto obtidas que permite melhor avaliar os factos que estiveram na origem das referidas violações e da forma irregular com que decorreu a montaria".