O secretário-geral do PSD, Rui Rio, não falou esta sexta-feira à noite sobre o caso de Tancos, mas disse que não sabe estar na política de forma hipócrita, manhosa e falsa.

À porta, os militantes tiravam selfies com uma fotografia em cartão de Sá Carneiro. Lá dentro, no mesmo cine-teatro onde o fundador do partido fez o primeiro comício na Guarda, o presidente da distrital Carlos Peixoto comparava o antigo e o actual líder do PSD, para atirar ao alvo: António Costa.

“Não era possível, nem com o dr. Sá Carneiro nem com o dr. Rui Rio, assistirmos àquilo a que assistimos ontem no caso de Tancos. Ele [António Costa] é que tem de explicar. Que se deixe de juízos morais, que se deixe e histórias e que venha, de uma vez por todas, dizer aos portugueses se sabia ou não sabia daquilo que se passou. É isso que se exige a um primeiro-ministro.”

Sobre o caso de Tancos, Rui Rio não disse uma palavra, mas uma pergunta da plateia sobre as causas da abstenção lançou o líder social-democrata numa crítica aos políticos que não sabem estar.

“Eu acho que a postura da hipocrisia, do politicamente correto, a postura manhosa… Nós estarmos na política com hipocrisia, manha e falsidade, a dizer apenas aquilo que os outros querem ouvir e que todos sabem que não é verdade, é profundamente descredibilizador”, acusa o líder do PSD.

“Dizer aquilo que penso é arriscado, mas é a única via, mas também se não fosse a única via, é a única que eu sou capaz de fazer bem. Todas as outras eu não sei fazer bem. O politicamente correto, a hipocrisia, eu não sei fazer bem”, salientou.

Sá Carneiro, o exemplo de sempre, e a sua personalidade vincada é aquilo de que Portugal mais precisa, não de política com manha e hipocrisia, acrescentou Rui Rio.