O Banco Central Europeu (BCE) deverá aumentar as taxas de juro diretoras na reunião desta quinta-feira, uma decisão que vai ter impacto nas taxas de juro dos créditos das famílias e empresas.

Depois de ter subido as taxas em 50 pontos-base em julho pela primeira vez em 11 anos, o BCE deve decidir-se por um novo aumento.

À Renascença, Filipe Silva, diretor de investimento do Banco Carregosa, explica que o aumento parece certo permanecendo, no entanto, a incerteza quanto ao valor da subida.

“A questão é se sobe em 50 pontos base ou 75 pontos base. As expectativas têm variado um bocadinho em função dos dados que veem saído para o mercado e das dinâmicas que têm existido “commodities” que impactam mais diretamente a inflação. A verdade é que vamos ter subidas das taxas de juro”, adianta.

Segundo Filipe Silva, o aumento das taxas de juro diretoras “vai significar que quer particulares, quer empresas que tenham créditos indexados às Euribor, sejam elas de três meses, a seis meses, ou a doze meses vão acabar por ver os seus custos com financiamentos que têm da sua dívida a subirem”.

O objetivo da mais que certa subida é travar a escalada da inflação na Zona Euro, que atingiu em agosto os 9,1%, o valor mais elevado desde a introdução da moeda única.

Depois de responsáveis do banco central liderado por Christine Lagarde terem vindo a terreiro defender a necessidade de apertos na política monetária, os mercados já tomam como quase certa a possibilidade de um aumento de 75 pontos-base na taxa de juro de referência na reunião desta quinta-feira do BCE.