Justifica-se o fim da série E dos certificados de aforro ou há uma cedência à banca? O Governo colocou um fim à série de certificados de aforro com uma remuneração de 3,5% e substituiu por outra, a série F, com menor rentabilidade, de 2,5%. Este é um dos temas do programa Conversas Cruzadas desta semana.

A decisão foi assumida após declarações de responsáveis da banca sugerindo a suspensão dos certificados num quadro de acentuada fuga dos depósitos.

O Ministério das Finanças justificou a decisão com a necessidade de contribuir para a eficiência e sustentabilidade da dívida pública portuguesa.

Apesar da polémica e das acusações de ataque à classe média, a medida pode justificar-se. Em causa estará a liquidez dos bancos a médio prazo, mas a criação de regras que garantam mais estabilidade aos aforradores seria uma estratégia a seguir, tal como a redução da carga fiscal sobre a poupança.

Em análise, ainda, o autoelogio de Pedro Nuno Santos tendo por base os lucros da TAP e o impacto da controvérsia em torno de João Galamba no esforço de reprivatização da companhia aérea.

A análise é de João Loureiro, economista e professor do Centro de Economias e Finanças da Universidade do Porto, João Duque, economista e presidente do ISEG e Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto.