E agora, Mourinho? Desde o Real Madrid que o português não chega ao fim do contrato

16 jan, 2024 - 12:00 • Inês Braga Sampaio

O treinador, que acaba de deixar a Roma, que orientava desde 2021, foi despedido dos últimos quatro clubes por que passou. Apenas em 2013 saiu no final da época. Antes disso, desde o início da carreira, em 2000, só por uma vez tinha sido demitido.

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O despedimento de José Mourinho da AS Roma acentua uma tendência: desde 2013, após deixar o Real Madrid ao fim de três anos, que o mais titulado treinador português da história não consegue completar a última época num clube.

Mourinho não resistiu aos maus resultados do clube da capital italiana. Tinha contrato até ao final da época, depois de ter chegado em maio de 2021, para suceder a Paulo Fonseca, mas deixa a Roma no nono lugar da Serie A, 22 pontos atrás do líder Inter de Milão, e após eliminação da Taça de Itália no dérbi diante da Lazio.

Repete-se a história dos últimos dez anos: Mourinho sai a meio da época.

Deixou o Chelsea (segunda passagem), o Manchester United e, agora, a Roma a meio da terceira temporada. Saiu do Tottenham antes do fim da segunda (despedido a seis dias da final da Taça da Liga inglesa).

O último clube em que José Mourinho completou o projeto - ou, pelo menos, só saiu no final de uma temporada - foi o Real Madrid. Orientou os espanhóis durante três épocas completas, de 2010 a 2013, e saiu, no verão, para regressar ao Chelsea.

Antes da segunda passagem pelo Chelsea, e desde a chegada ao FC Porto (o clube com que venceu uma Taça UEFA e uma Liga dos Campeões e com que se tornou uma estrela), Mourinho só fora despedido a meio uma vez - pelo Chelsea.

O técnico português chegou aos "blues" em 2004/05, ganhou a alcunha de "Special One", justificou-a com duas Premier Leagues - num clube que antes só fora campeão em 1954/55 -, e ao oitavo jogo da quarta época, foi despedido. Sucedeu-lhe o israelita Avram Grant, que nesse ano chegou à final da Champions.

Antes do FC Porto, Mourinho tinha apenas duas experiências como treinador principal, ambas incompletas, por motivos distintos. Chegou ao Benfica em 2000 e demitiu-se ao fim de 11 jogos, porque se sentia um "treinador a prazo". Não era o favorito do recém-eleito presidente Manuel Vilarinho, que preferia Toni.

Na temporada seguinte, rumou à União de Leiria, contudo, saiu ao fim de 20 jogos, para dar o salto para o FC Porto. Na primeira meia época, resgatou os dragões do quarto para o terceiro lugar do campeonato. Depois, disparou para a glória.

Vinte e quatro anos de carreira como treinador principal, dez clubes (11 se duplicarmos o Chelsea, único por que passou duas vezes), cinco despedimentos - quatro nos últimos nove anos, quatro nas últimas quatro equipas que orientou. Desde 2013 que José Mourinho não consegue terminar um projeto.

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