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Matosinhos recebe o Prémio Nobel Orhan Pamuk no Festival Literatura em Viagem

08 abr, 2024 - 16:11 • Maria João Costa

De 8 a 14 de abril, o festival celebra os 50 anos do 25 de Abril de 1974. Por Matosinhos vão passar, além do autor de “Istambul”, escritores como Dulce Maria Cardoso, Miguel Esteves Cardoso, Valter Hugo Mãe, Afonso Cruz ou o prémio Saramago, o brasileiro Rafael Gallo. Os artistas VHILS e Bordalo II juntam-se numa exposição.

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Nota do Editor: A entrevista de Orhan Pamuk foi, entretanto, adiada para data a anunciar.


É a estrela do festival. O Prémio Nobel da Literatura 2006, o escritor turco Orhan Pamuk vai participar na edição 18 do Festival Literatura em Viagem (LeV) que decorre em Matosinhos de 8 a 14 de abril.

Organizado pela autarquia, e com entrada gratuita, o festival contará também com o protagonismo de autores portugueses, desde logo Valter Hugo Mãe que participará no dia 12, às 21h15, numa entrevista de vida conduzida pelo jornalista Sérgio Almeida, no salão nobre dos Paços do Concelho.

Para o fim-de-semana de 13 e 14 estão reservados outros momentos com a presença de escritores nacionais como Miguel Esteves Cardoso, Afonso Cruz, Dulce Maria Cardoso, Inês Pedrosa, Madalena Sá Fernandes, Isabela Figueiredo, Henrique Raposo ou o brasileiro, prémio Saramago, Rafael Gallo, e o cabo-verdiano Joaquim Arena.

Em entrevista ao programa Ensaio Geral, da Renascença, o vereador da Cultura, Fernando Rocha fala numa “jornada muito recheada”, destacando que além da presença do Nobel turco e dos autores portugueses haverá também lançamentos de livros.

“Este ano, o festival está muito voltado para as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e vamos falar muito da liberdade e da democracia. Vamos ter também o lançamento de alguns livros, nomeadamente um livro que se chama “A descoberta da Europa em 1973”, que é uma viagem de dois portugueses numa mota de fabrico português, a Casal 125, que faz parte já pouco do imaginário de uma certa geração nacional. Vamos ter também o lançamento de um livro sobre o nosso território literário, um guia de Matosinhos”, referiu Fernando Rocha.

Além das sessões com autores que decorrem na Galeria Municipal, o LeV contará com atividades em outros espaços da cidade. O salão nobre da autarquia vai receber no dia 12, às 22h, o espetáculo “O que a chama iluminou” criado pelo escritor Afonso Cruz para o Festival Utopia de Braga e que conta com a participação de Mariana Ramos Correia. Trata-se de um concerto narrado baseado na experiência que Afonso Cruz teve no Chile durante os protestos em 2019.

Também o palco do Teatro Municipal Constantino Nery recebe outro dos espetáculos do LeV. Trata-se de uma peça de teatro-dança, “Acts of Cod” que conta a história do Bacalhau, explorando o impacto histórico, cultural e ambiental da pesca e consumo do fiel amigo.

A complementar o programa do LeV há também exposições, uma delas, indica o vereador Fernando Rocha reúne trabalhos de “dois artistas emergentes do pós 25 de Abril, que são o VHILS e o Bordalo II que também têm muitas intervenções cívicas e que marcam uma geração”.

Além desta mostra há outra patente até 31 de maio sobre “Impressões sobre o 25 de Abril” que mostra o que saiu publicado na imprensa portuguesa sobre o dia da Revolução. Ainda sobre o mesmo tema, na Biblioteca Municipal Florbela Espanca poderá visita uma exposição que lança “Um olhar infantil sobre o 25 de Abril", com trabalhos elaborados por alunos do 4.º ano do Jardim-Escola João de Deus e do 7.º ano do Agrupamento de Escolas Irmãos Passos.

O vereador da cultura destaca ainda a entrevista de vida a Miguel Esteves Cardoso que acontece no domingo pelas 15h, na Galeria Municipal. “Acaba por também refletir um pouco sobre aquilo que somos, sobre a nossa cultura, sobre os nossos hábitos”, sublinha Fernando Rocha.

Na opinião do responsável da cultura, o Festival tem já o seu público e a participação dos autores é geradora de novas leituras. “Eu acho que o contato com os autores desperta a curiosidade nas pessoas em lerem e saberem o que é que aquele autor escreveu”, refere Fernando Rocha que acrescenta: “Todos os anos acontece um fenómeno muito interessante que eu acho que por isso vale a pena promovermos o festival. Depois do LeV, as pessoas na biblioteca requisitam livros dos autores que estiveram presentes. Portanto, alguma coisa lhes despertou a curiosidade e a necessidade de saber mais sobre o que é que aquele ou aquela autora escreve”

O vereador fala por isso num “grande ganho do festival”, sobretudo num país onde, lamenta, os índices de leitura são baixos. Ainda assim, Fernando Rocha fala num “verdadeiro serviço público” o que é prestado pela Biblioteca Florbela Espanca, de Matosinhos.

“A biblioteca tem números ótimos. Nós estamos na casa dos 200 mil leitores ao ano na nossa biblioteca, o que é um número muito significativo em Portugal, e numa terra à escala de Matosinhos”, remata.

Pode encontrar todos os detalhes da programação na página da autarquia.

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