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Pedro Adão e Silva

"Foi com muita alegria que eu, que não sou crente, ouvi as palavras do Papa"

03 ago, 2023 - 10:25 • José Carlos Silva , Eduardo Soares da Silva

Ministro da Cultura diz que vê "com surpresa" avaliações à JMJ centradas "numa perspetiva custo-benefício". Adão e Silva elogia discurso do Papa e mobilização da Jornada.

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O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, estranha que se avalie a importância da Jornada Mundial da Juventude "numa perspetiva de custo-benefício".

"É tudo o que as sociedades não precisam", alerta o ministro, em declarações à Renascença, após o discurso do Papa Francisco na Universidade Católica.

"Estes dias interpelam os crentes e não-crentes", sustenta Adão e Silva.

"Há uma dimensão espiritual e não-material que é necessária na nossa vida. É com surpresa que vejo a leitura e análise da JMJ numa perspetiva custo-benefício material. Não é o que está em causa, é o que acrescenta às nossas vidas. Mesmo aos não-crentes, como é o meu caso", começa por dizer.

O ministro afirma que "é uma ideia muito poderosa que precisamos de um conceito de virtude, de bem comum, que não pode ser só o conjunto das nossas escolhas individuais. Coloca o foco na dignidade humana, na empatia com o outro. É reconfortante e desafiador. É com muita alegria que eu, que não sou crente, ouvi as palavras do Papa".

Pedro Adão e Silva sublinha ainda o perigo da análise da Jornada Mundial da Juventude ser feita apenas na perspetiva do custo-benefício.

"Vivo junto ao Parque Eduardo VII, acho extraordinária a presença de tanta juventude, que se mobiliza num caminho com uma meta e uma mensagem de esperança que tem preocupações imateriais. Sublinho que me causa surpresa que todos cedamos à ideia que avaliamos a JMJ na perspetiva custo-benefício. É exatamente o que as sociedades não precisam. Precisamos de um olhar espiritual, imaterial e uma ideia de virtude que nos junte uns aos outros", atira.

O Papa Francisco lançou vários desafios aos jovens para o futuro do mundo. Adão e Silva encara como "um desafio para todos: a ideia de comunidade, pertença, um bem partilhado".

"Como nunca, é fundamental a ideia de contrariar a fragmnentação. A cultura, e eu como ministro, não posso deixar de assinalar que tem um papel fundamental", explica.

Desde o seu primeiro discurso, na quarta-feira, que o Papa Francisco tem citado várias figuras da cultura portuguesa. Adão e Silva elogia as escolhas de alguns autores com "história com a Igreja".

"Acho extraordinário o Papa trazer tantos autores portugueses. Hoje o Almada Negreiros e de novo Sophia de Mello Breyner, ontem o Daniel Faria e Saramago de forma surpreendente, conhecendo a história do José Saramago com a Igreja. É uma mensagem de união e concórdia. Os nossos dias precisam mesmo disso", termina, em declarações à Renascença.

Comentários
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  • Maria Luísa Madeira
    07 ago, 2023 Lisboa 21:54
    ORGULHO SUPREMO DAS JORNADAS COMOÇÃO AO RUBRO NOS NOSSOS CORAÇÕES A ORGANIZAÇÃO FOI AO NIVEL DO PAPA FRANCISCO UM SER DIVINO QUE ESTÁ NA TERRA PUXANDO O BOM DE CADA INDIVÍDUO E O MUND0 ACOLHE O DESTA MANEIRA COM UM AMOR E ATENÇÃO JAMAIS ASSISTIDO SOU ANTICLERICAL FOI A IGREJA A RESPONSÁVEL ADORO A JUSTIÇA HONRA PRINCIPIOS ODEIO A HIPOCRISIA DITADURAS FALSIDADES DESISTI DA IGREJA REJEITO SIGO O CAMINHO DO PAPA FRANCISCO

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