Nova operação do rei de Espanha lança debate sobre renúncia

25 set, 2013 - 01:24

Juan Carlos, de 75 anos, deve voltar a ser operador dentro de "pelo menos oito semanas" para que lhe seja colocada uma prótese permanente na anca.

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O rei de Espanha foi operado na terça-feira a uma infecção na anca esquerda, intervenção que volta a avivar o debate sobre a possibilidade de renúncia, já rejeitada pelo monarca, e o papel do príncipe herdeiro Felipe.

A operação, que durou duas horas e meia, foi considerada "bem-sucedida" pela Casa Real espanhola e permitiu a instalação de uma prótese temporária na anca esquerda, disse à imprensa Miguel Cabanela, que liderou a cirurgia.

Juan Carlos, de 75 anos, deve voltar a ser operador dentro de "pelo menos oito semanas" para que lhe seja colocada uma prótese permanente, adiantou o médico, um dos maiores especialistas espanhóis que veio especialmente dos Estados Unidos.

Quando chegou de carro ao hospital privado de Quiron, em Pozuelo de Alarcon, nos subúrbios de Madrid, o rei, sorrindo, acenou aos jornalistas, respondendo com um "muito bom" quando questionado como estava.

Algumas horas mais tarde, quando a rainha Sofia chegou para visitar o marido, um homem nu veio até à entrada do hospital a gritar "Não aos crimes das secretas da CIA!", mas foi logo detido pelos serviços de segurança.

Depois das dificuldades no movimento e dores manifestadas nas últimas semanas, os médicos diagnosticaram uma infecção e decidiram realizar uma cirurgia, destinada a substituir a prótese que lhe tinha sido colocada em Novembro de 2012.

Esta é a oitava cirurgia desde Maio de 2010. Os problemas de saúde do rei, com uma imagem de um homem velho, visivelmente cansado, levou Espanha a debater a possibilidade de abdicar a favor do príncipe Felipe, que aos 45 anos consegue escapar à popularidade em declínio da monarquia espanhola.

Na sexta, o chefe da Casa Real, Rafael Spottorno, afirmou que "o rei, em nenhum momento, tem a intenção de abdicar", adiantando que este "não é impedido nas suas funções e não há necessidade de se considerar a regência".

O príncipe Felipe representa apenas o pai, mas não substitui, nas cerimónias oficiais. E a Espanha poderá não ser representada pelo seu chefe de Estado para a próxima Cimeira Ibero-americana no Panamá, em 18 e 19 Outubro.
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