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Papa na Mongólia

China quer melhorar relações com o Vaticano, mas rejeita vistos a bispos

01 set, 2023 - 10:10 • Olímpia Mairos , com redação

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, diz que o Papa demonstrou amizade e boa vontade ao enviar saudação, como é habitual sempre que sobrevoa algum país.

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A China mostrou-se, esta sexta-feira, disponível para melhorar as relações com o Vaticano, embora tenha rejeitado atribuir visto de saída aos bispos chineses para poderem participar na missa do Papa na Mongólia.

Pequim respondeu às palavras do Papa Francisco que, no voo para a Mongólia, e como habitual, enviou saudações aos líderes de cada país que sobrevoou, incluindo a China, com quem a Santa Sé tem tido relações difíceis.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, diz que o Papa demonstrou amizade e boa vontade.

O Governo chinês está disponível para trabalhar na construção de uma confiança mútua, foi dito, em conferência de imprensa.

Francisco chegou esta sexta-feira à Mongólia para uma visita. Durante o voo entre Roma e Ulan Bator, e ao sobrevoar a China, Francisco disse ao Presidente Xi Jinping que desejava felicidades ao país e assegurou as suas orações pelo bem estar do povo chinês.

A jornalista da Renascença Aura Miguel diz que é habitual o Papa enviar telegramas aos chefes de Estado dos países que sobrevoa.

“Foi o que aconteceu com a China. No telegrama, Francisco envia bênçãos de unidade e paz e diz que reza pelo povo chinês e pelo bem-estar da nação”, diz a vaticanista.

Já a reação do porta-voz do Governo da China “manifesta o desejo de reforçar a contínua confiança mútua" e a disponibilidade para "trabalhar com o Vaticano de modo construtivo para reforçar a compreensão e confiança”.

Aura Miguel lembra, no entanto, que “as relações do Vaticano com a China são muito tensas, apesar do acordo mútuo assinado em 2018, e renovado em 2020, sobre a nomeação dos bispos”.

“O que é certo é que recentemente o Governo de Pequim nomeou para Xangai um bispo sem ouvir a Santa Sé e isso até motivou protestos por parte do cardeal secretário de Estado do Vaticano”, destaca.

A jornalista da Renascença adianta que “Pequim recusou o visto de saída aos bispos chineses para poderem ir à Mongólia participar na missa com o Papa".

"Nenhum bispo da China continental poderá encontrar-se com Francisco em Ulan Bator. Os únicos que foram autorizados são os bispos de Hong Kong e de Macau”, sublinha.

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