12 dez, 2023 - 11:50 • Redação com Lusa
O Kremlin acusou esta terça-feira os Estados Unidos de "interferência inaceitável" no caso Alexei Navalny, após Washington ter demonstrado preocupação com o facto de os familiares não terem notícias do opositor russo preso há uma semana.
"Este é um prisioneiro que foi considerado culpado e que está a cumprir a pena que recebeu. Consideramos que qualquer interferência, especialmente dos Estados Unidos, é inaceitável", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Os apoiantes de Navalny alegam tentar contactá-lo em vão há quase uma semana e não sabem do paradeiro do principal opositor ao regime russo.
Washington reagiu ao caso e diz estar "muito preocupado" com a falta de informação sobre o paradeiro de Navalny, apelando mais uma vez à libertação imediata de Alexei Navalny.
"Para começar, nunca deveria ter sido preso", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, acrescentando que as autoridades norte-americanas estavam a procurar saber mais sobre o caso.
Para quem é próximo de Navalny, o destino do opositor é decidido diretamente pela Presidência russa. O opositor acusa o Kremlin de ter ordenado o envenenamento que sofreu em 2020.
A porta-voz de Navalny, Kira Iarmich, declarou esta terça-feira que um funcionário de uma das prisões onde o opositor esteve detido disse que iria deixar "a colónia penal", sem mais explicações sobre o local onde seria transferido.
Condenado em agosto a uma pena de prisão de 19 anos por "extremismo", presume-se que Navalny seja enviado para uma colónia penal com um "regime especial".
Esta categoria de estabelecimentos é conhecida por ter as condições de detenção mais duras do sistema prisional russo e está frequentemente localizada em regiões muito isoladas.
Note-se que as transferências de uma colónia penal para outra na Rússia geralmente levam várias semanas de viagem de comboio e os familiares dos detidos podem permanecer sem informações por longos períodos.