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Chave do Totoloto causa desconfiança. “É um viés cognitivo”, explica psicólogo

11 mai, 2023 - 15:46 • Cristina Nascimento

Sorteio desta quarta-feira ditou uma sequência pouco comum. Vários leitores do site da Renascença reagiram no Facebook, havendo até quem considerasse tratar-se de um caso de polícia.

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Há sorteio do Totoloto duas vezes por semana e raramente dá que falar. Não foi o caso da extração desta quarta-feira. Tudo porque a chave é pouco comum. A combinação vencedora foi 1, 2, 3, 4, 6 e o número suplementar foi o 7.

Como habitual, a Renascença deu conta do resultado do sorteio, mas, desta vez, a notícia tem sido das mais lidas nas últimas horas e, no Facebook, multiplicam-se os comentários. “Investigue-se”, escreve um; “Um caso de polícia. Resultado combinado”, escreve outro; “Caso de polícia”, escreve um terceiro.

Sendo matematicamente tão possível esta combinação como outra qualquer, quisemos saber o que está na base destas reações.

O psicólogo Tiago Pereira, da Ordem dos Psicólogos, explica que “o que está na base desta situação são, essencialmente, os nossos vieses cognitivos, ou seja, tendências que temos, enquanto seres humanos, para tomar decisões e, por vezes, nos comportarmos de uma forma irracional”.

Tiago Pereira explica que todos os seres humanos sofrem este tipo de vieses, acrescentando que se trata de uma “limitação” no processamento da informação. O que difere, adianta, é depois a forma como procuramos mais informação.

O especialista refere que as pessoas dividem-se entre aqueles que vão “à procura das razões e da racionalidade”, mas outros “são mais suscetíveis à dúvida e à incerteza”.

Neste segundo grupo, o terreno das redes sociais é propício para encontrar testemunhos de pessoas que vão ajudar a confirmar essas dúvidas. Uma situação que se verifica precisamente neste caso. Há não só várias pessoas a partilharem que consideram a chave estranha, como outras que recordam a vez em que, também num sorteio do Totoloto, saiu indevidamente o número zero.

Nestas explicações à Renascença, o psicólogo Tiago Pereira diz que, neste caso, os vieses cognitivos não terão consequências de maior, porque o assunto em questão é ligeiro, mas recorda que, por exemplo, no tempo da pandemia também foram divulgadas várias teorias da conspiração sobre a origem do vírus que resultam destes mesmos vieses cognitivos.

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