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A Semana de Nuno Botelho

Operação Marquês fragiliza juiz Ivo Rosa? "Isto não é um Porto vs.Benfica"

27 jan, 2024 - 09:00 • André Rodrigues

Decisão do Tribunal da Relação de Lisboa para levar José Sócrates a julgamento é mais um caso numa semana, também, marcada pela saída de Miguel Albuquerque da liderança do governo da Madeira, na sequência do caso onde são investigadas suspeitas de corrupção e deturpação das regras da contratação pública. Uma soma de situações que, em período eleitoral, pode ter um efeito negativo na campanha: "o povo naõ gosta deste tipo de coisas", avisa Nuno Botelho.

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Operação Marquês fragiliza juiz Ivo Rosa? "Isto não é um Porto x Benfica"

O presidente da Associação Comercial do Porto diz "não entender muito bem a estratégia de José Sócrates” que contesta o Tribunal da Relação de Lisboa, que, esta semana, anulou a maior parte da decisão instrutória do juiz Ivo Rosa, no âmbito da Operação Marquês.

No habitual comentário semanal no programa ‘Manhã, Manhã’, da Renascença, Nuno Botelho considera que o antigo primeiro-ministro “sai derrotado deste duelo com o Ministério Público” e que este seria o tempo de Sócrates “provar, em julgamento, a inocência que clama”.

Só que, "parece que não é desta que vai acontecer”, assinala Botelho.

Questionado sobre a eventual fragilidade de Ivo Rosa, que, em abril de 2021 dizimou a acusação da equipa liderada pelo procurador Rosário Teixeira, e viu agora a sua decisão instrutória contrariada em toda a linha pelas juízas da Relação de Lisboa, o empresário e jurista admite que o juiz é, também, “um dos derrotados”, mas lembra que “isto não é um Porto x Benfica”.

Apesar de Nuno Botelho admitir que “Ivo Rosa terá tido os seus argumentos, que foram agora criticados pelas colegas do Tribunal de Relação, usando, até termos como candura”, tal não significa necessariamente que haja consequências para o magistrado.

O presidente da Associação Comercial do Porto lembra que “a justiça é mesmo isso” e que "cada pessoa interpreta da sua maneira... isto não é um computador”.

A decisão do Tribunal da Relação sobre a Operação Marquês aconteceu na semana em que as suspeitas de corrupção na Madeira precipitaram o fim do mandato de Miguel Albuquerque à frente do governo regional, numa altura em que o universo político ainda absorve as ondas de choque da Operação Influencer.

Avaliando o efeito cumulativo de processos judiciais que assumem protagonismo mediático no quadro do período eleitoral a caminho de 10 de março, Nuno Botelho antecipa impactos “muito negativos” na campanha eleitoral, porque "o povo não gosta deste tipo de coisas e toma o todo pela parte”.

São circunstâncias que, acrescenta o empresário, só interessam aos extremos, seja à esquerda, seja à direita, "com algum populismo e alguma demagogia (...) é uma pena que assim seja, mas é compreensível também”.

Norte da semana

Imigração jovem. “Tivemos notícias, na semana passada, que davam conta de que 30% dos jovens entre os 15 e os 39 anos estavam fora do país e eu destaco, esta semana, Luís Aguiar-Conraria, numa entrevista ao jornal Eco, propondo que as propinas no Ensino Superior fossem aumentadas, sendo depois reembolsadas aos estudantes que no final do curso, ficam em Portugal a trabalhar. Esteve bem Luís Aguiar-Conraria a discutir uma coisa que toda a gente tem medo de discutir."

Desnorte da semana

Descontentamento das forças de segurança. “Esta semana, tivemos 15 mil agentes da PSP da GNR a marchar em Lisboa... Talvez o maior protesto policial de sempre em Portugal. Eles estão contra a discriminação nos suplementos de remuneração de que são alvo, face aos colegas da PJ. Há guardas prisionais que não têm sítio para dormir, que estão deslocados a centenas de quilómetros de casa, que fazem turnos de 28 horas. O país não pode ter as forças de segurança no Estado em que estão."

Comentários
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  • ze
    27 jan, 2024 aldeia 11:36
    Pois não é um simples jogo de futebol, é muito mais grave, a Justiça deve funcionar, de oreferência bem e mais célere e condenar quem deve condenar, e se provar a culpa, situações destas, em que o país é lesado e o povo portugês sobretudo, a pena a apkicar deveria ser prisão efectiva.

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