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Inquérito Nacional

João Goulão. "Não há dúvida de que o álcool em Portugal é disparatadamente barato"

23 jun, 2023 - 15:38 • Redação

Responsável pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos defende uma mexida nos preços das bebidas alcoólicas em Portugal. Consumo de tabaco e álcool aumentou nos últimos cinco anos em Portugal.

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O consumo de álcool, tabaco e substâncias psicoativas ilícitas voltou a subir, segundo a amostra do Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral.

No final da apresentação dos resultados do inquérito João Goulão, responsável pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos, defendeu uma mexida nos preços das bebidas alcoólicas em Portugal.

“Advogámos de facto uma política de preços relativa às bebidas alcoólicas porque não há dúvida de que o álcool em Portugal é disparatadamente barato. Aquilo que vimos advogando é que haja o estabelecimento de um preço mínimo por unidade de álcool e que a isenção de determinadas taxas, nomeadamente no caso de vinho, que se mantêm em vigor, que sejam revistas e estudadas.”

Segundo o documento, a prevalência do consumo de tabaco aumentou de 48,8% para 51% entre 2017 e 2022 e a do consumo de álcool de 49,1% para 56,4%, enquanto o uso de sedativos está nos 13%, abaixo dos 22,%5 em 2001.

Relativamente ao álcool, os dados indicam que a prevalência do consumo ao longo da vida (75,8%) desceu em relação a 2017 (86,4%) e aproxima-se dos valores registados entre 2001 e 2012, mas considerando os consumos atuais (nos últimos 30 dias), a prevalência sobe de 49,1% para 56,4% entre 2017 e 2022, apesar de não atingir os valores de 2001 e 2007 (cerca de 60%).

A prevalência de consumo ‘binge’ (consumo rápido e excessivo de bebidas alcoólicas), pelo menos uma vez no último ano, é de 10,3% para o total da população, similar aos valores de 2012 e 2017, sendo os consumidores sobretudo homens com idades entre os 25 e os 44 anos.

Um consumo ‘binge’ mais severo (uma vez ou mais por mês nos últimos 12 meses) é declarado por 6,1%, uma prevalência que sobe relativamente a 2012 (3,4%) e a 2017 (5,1%).

O estudo revela outra realidade a merecer atenção: mais de metade da população portuguesa admite ter jogado em jogos de fortuna ou azar - um aumento de 7,6% face a 2017.

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