Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Hungria diz que UE queria entregar fundos húngaros a Kyiv

02 fev, 2024 - 09:42 • Lusa

O primeiro-ministro húngaro é o principal aliado da Rússia do bloco europeu, com a qual mantém relações amistosas, apesar da invasão da Ucrânia.

A+ / A-

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, acusou hoje a União Europeia (UE) de ter tencionado entregar os fundos da Hungria à Ucrânia, caso não tivesse chegado a um acordo com Budapeste durante a cimeira europeia de quinta-feira.

"Sem o acordo, havia um perigo real de a União Europeia (UE) nos tirar o dinheiro e dá-lo à Ucrânia", disse Orbán à estação de rádio pública húngara Kossuth.

Após meses de impasse, o líder ultranacionalista da Hungria levantou na quinta-feira o veto à ajuda financeira de 50 mil milhões de euros da UE à Ucrânia.

Para Orbán, o acordo de Bruxelas "foi um sucesso" para Budapeste, uma vez que recebeu garantias de que "não darão a outros" os fundos correspondentes à Hungria.

Em todo o caso, o Governo de Orbán continua a não receber de Bruxelas cerca de 12 mil milhões de euros de fundos comunitários, devido à recusa em garantir o Estado de direito na Hungria.

O primeiro-ministro húngaro é o principal aliado da Rússia do bloco europeu, com a qual mantém relações amistosas, apesar da invasão da Ucrânia.

Por outro lado, Orbán acusou hoje Bruxelas de viver "numa febre de guerra" e reiterou que a Hungria foi deixada sozinha "na defesa da paz".

"Na discussão, tanto Bruxelas como nós temos instrumentos, mas é melhor chegar a um acordo do que discutir", disse o primeiro-ministro, referindo-se aos contactos antes da cimeira sobre o apoio financeiro à Ucrânia.

Há vários anos que as relações entre a Hungria e a Ucrânia são tensas, com Kiev a acusar Budapeste de apoiar os interesses russos, enquanto Orbán se queixa de que os direitos das minorias étnicas, incluindo cerca de 150 mil magiares, não são respeitados no país vizinho.

A Comissão Europeia bloqueou o pagamento de cerca de 22 mil milhões de euros de fundos regionais à Hungria por incumprimento da Carta Europeia dos Direitos Fundamentais, mas em dezembro de 2023 desbloqueou 10,2 mil milhões de euros após alterações legislativas em Budapeste.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+