Dúvidas Públicas

Medina diz que dívida pública pode cair para 96% do PIB este ano com "relativa facilidade"

02 fev, 2024 - 06:10 • Sandra Afonso , Arsénio Reis

Ministro das Finanças acredita que em 2024 também é possível antecipar em um ano a redução da dívida. Em entrevista à Renascença, Fernando Medina critica ainda o programa de economia do PSD, que considera ter "credibilidade nula".

A+ / A-
Medina diz que dívida pública pode descer até 96% este ano, com "relativa facilidade"
Medina diz que dívida pública pode descer até 96% este ano, com "relativa facilidade"

O ministro das Finanças, Fernando Medina, sobe a fasquia, depois do Banco de Portugal ter confirmado a redução da dívida pública para 98,7% em 2023. Pela segunda vez em democracia, o país consegue apresentar uma dívida abaixo da fasquia dos 100% do Produto Interno Bruto, a riqueza produzida.

O ministro das Finanças antecipou em um ano as projeções do Governo para a redução da dívida em 2023, mas não quer ficar por aqui. Em entrevista ao programa Dúvidas Públicas, da Renascença, diz que o país poderá fechar 2024 com uma dívida “entre 98,7% e 96%, com relativa facilidade”.

No entanto, é preciso que “nada de extraordinário aconteça” na economia, para que este cenário seja possível. Fernando Medina faz questão de sublinhar ao longo da entrevista que o país enfrenta vários riscos, internos e externos, que é preciso ter em conta.

O ministro deixa ainda uma nota ao seu sucessor: “é evidente que a redução da dívida nos próximos anos não irá ocorrer ao mesmo ritmo que ocorreu até agora”.

O governante, agora à frente de um executivo em gestão, admite que foi favorecido por um conjunto de circunstâncias que proporcionaram este resultado, como o crescimento da economia e a subida da inflação.

"Credibilidade do programa económico do PSD é nula", diz Fernando Medina
"Credibilidade do programa económico do PSD é nula", diz Fernando Medina

"Credibilidade do programa económico do PSD é nula"

Nesta entrevista ao programa Dúvidas Públicas, Fernando Medina, que está a ajudar a preparar o programa económico do PS, critica ainda as medidas já apresentadas pelo maior partido da oposição.

Segundo o governante, os social-democratas prometem “uma enorme redução de impostos sobre o trabalho, uma enorme redução de impostos sobre as empresas, um grande aumento da despesa pública, dizem que o emprego ainda vai crescer mais e que, por magia, a economia ainda vai crescer a taxas muito mais elevadas”. Como?

Fernando Medina não encontra explicações para estes resultados e conclui que “a credibilidade do programa económico do PSD é nula”.

Lembra ainda que estas medidas levam a um conjunto de despesas e receitas que acabam num de dois cenários: “ou o incumprimento das promessas ou uma situação financeira muito grave”.

São excertos de uma entrevista em que Fernando Medina é ainda questionado sobre algumas das promessas que estão já a marcar as eleições legislativas de 10 de março.

Preço do gasóleo agrícola desce até segunda-feira, garante Medina
Preço do gasóleo agrícola desce até segunda-feira, garante Medina

Medidas vão começar a chegar aos agricultores

Com os agricultores em protesto nas ruas do país, Fernando Medina lembra o pacote de mais de 400 milhões de euros anunciado para o setor, “negociado com as principais confederações de agricultores, que reagiram de forma positiva e elogiosa”.

O ministro reconhece que não vai resolver todos os problemas, mas garante que “há um conjunto de soluções, que respondem aos problemas colocados”.

Apesar disso, alguns agricultores mantêm-se em protesto nas estradas. Fernando Medina desvaloriza. Para o governante há aqui um problema de comunicação e de confiança, “terem a certeza de que as medidas chegam mesmo aos agricultores”.

O governante assegura que sim, vão chegar a rapidamente. Dá o exemplo da redução fiscal de 55% no gasóleo agrícola, que estará em vigor até segunda-feira.

Fernando Medina lembra ainda que estes apoios incluem medidas complexas, algumas dependem de autorização de Bruxelas, nada foi preparado de véspera nem estava dependente de um protesto, foi o resultado de um trabalho que já vinha a ser feito.

São declarações em entrevista ao programa Dúvidas Públicas, uma entrevista que pode ouvir na antena da Renascença no sábado, a partir do meio-dia, e que fica ainda disponível nas principais plataformas de podcast.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+