Sinistralidade rodoviária

Mais vítimas nas estradas portuguesas. Até junho morreram 238 pessoas

28 set, 2023 - 10:18 • João Carlos Malta

Os dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária indiciam uma subida de todos os indicadores relativamente ao ano anterior. Há mais mortes, mais feridos graves e mais acidentes até ao final do primeiro semestre.

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Entre janeiro e junho de 2023 registaram-se 17.121 acidentes com vítimas em Portugal. Neste universo registaram-se 238 vítimas mortais, 1.226 feridos graves e 19.886 feridos leves no Continente e nas Regiões Autónomas. Os dados foram enviados à Renascença pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.

Comparativamente com o período homólogo de 2022, observaram-se aumentos nos principais indicadores no Continente: mais 1.358 acidentes (+9%), mais 24 vítimas mortais (+11,5%), mais 53 feridos graves (+5,0%) e mais 1.533 feridos leves (+8,7%).

O número de vítimas mortais foi semelhante dentro (116) e fora das localidades (117). Comparativamente com os períodos homólogos de 2019 e 2022, verificou-se um aumento das vítimas mortais dentro das localidades (+7,4% e +27,5%, respetivamente). Pelo contrário, fora das localidades a tendência foi decrescente nos períodos em análise (-0,8%, em cada).

No universo devítimas mortais, 72,5% do total eram condutores, enquanto passageiros e peões corresponderam a 13,3% e 14,2%, respetivamente.

Mais carros nas estradas

A mesma autoridade explica que comparativamente a 2022, no primeiro semestre do ano tem vindo a registar-se um aumento da circulação rodoviária com o correspondente acréscimo no risco de acidente.

A conclusão resulta do aumento de 10,4% no consumo de combustível rodoviário até junho de 2023, de acordo com dados da Direção-Geral de Energia e Geologia, e do aumento de 11,2% do tráfego médio diário da rede de auto estradas da APCAP – Associação Portuguesa das Sociedades Concessionárias de Autoestradas ou Pontes com Portagens.

Os números revelam ainda que a colisão foi a natureza de acidente mais frequente (53,1% dos acidentes), representando 36,9% das vítimas mortais e 45,7% dos feridos graves.

Os despistes, que representaram 33,5% do total de acidentes, corresponderam à principal natureza de acidente na origem das vítimas mortais (49,4%).

Em relação ao local em que os acidentes ocorreram , 64% deu-se em arruamentos, local em se registaram 36,5% das vítimas mortais (+30,8% em termos homólogos) e a 46,2% dos feridos graves.

Nas estradas nacionais ocorreram 19,7% dos acidentes, com 30,5% das vítimas mortais (+14,5%) e 32,5% dos feridos graves (+19,0%). Nas autoestradas, apesar do aumento do número de acidentes (+12,0%) face a 2022, registaram-se menos 2 vítimas mortais e menos 11 feridos graves.

Considerando as vítimas totais por categoria de veículo, verificou-se que, entre janeiro e junho de 2023, 53,1% do total de vítimas deslocava-se num veículo ligeiro (-12,8% e +5,0% face aos mesmos períodos de 2019 e 2022, respetivamente), enquanto 21,9% circulava em motociclos (+31,3% e +21,2% face a 2019 e 2022, respetivamente) e 7,2% em velocípedes (+46,6% e +14,5% face a 2019 e 2022, respetivamente). Salienta-se a descida de peões vítimas de 16,1% face a 2019 e a subida de 8,3% face a 2022.

Mais fiscalização, mais infrações, mais detidos

Relativamente à fiscalização de veículos e condutores, bem como processos contraordenacionais, a ANSR escreve que entre janeiro e junho de 2023 foram fiscalizados 69,9 milhões de veículos, quer presencialmente, quer através de meios de fiscalização automática, tendo-se verificado um aumento de 15,7% em relação ao período homólogo de 2022.

Em resultado, as infrações ascenderam a 529,9 mil, o que representa um acréscimo de 19,7% face ao período homólogo do ano anterior.

Relativamente à tipologia de infrações, 66,7% do total registado entre janeiro e junho de 2023 foi referente a excesso de velocidade (+39,2%). Verificaram-se aumentos em quase todas as tipologias de infrações, destacando-se, além do excesso de velocidade, as relativas ao sistema de retenção para crianças (+30,8%), à ausência de seguro (+17,8%).

Quanto ao excesso de velocidade, a taxa de infração (nº de infrações de velocidade/nº de veículos fiscalizados) diminuiu 12,2%, de 0,47% nos seis primeiros meses de 2022 para 0,41% em igual período de 2023.

A criminalidade rodoviária, medida em número total de detenções, aumentou 12,9% por comparação com 2022, atingindo 18,2 mil condutores. Do total, 55,1% deveu-se à condução sob o efeito do álcool (+14,6%), seguindo-se 35,3% por falta de habilitação legal para conduzir (+17,3%).

Desde junho de 2016, 2.645 condutores ficaram com o seu título de condução cassado.

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