Entrevista Renascença

Voto no Chega pode "contribuir para manter PS no Governo", avisa Montenegro

07 mar, 2024 - 07:00 • Manuela Pires

“Estou inexplicavelmente muito tranquilo" e "confiante na vitória”, afirma secretário-geral do PSD. Luís Montenegro garante que não faz "nenhuma opção de direita ou de esquerda", só está concentrado em tentar "responder aos problemas das pessoas".

A+ / A-
Entrevista a Luís Montenegro
Ouça a entrevista a Luís Montenegro

Veja também:


Votar no Chega, de André Ventura, pode "contribuir para manter o Partido Socialista no Governo", avisa o presidente do PSD e cabeça de lista da AD, Luís Montenegro, em entrevista à Renascença.

A poucos dias das eleições legislativas do próximo domingo, o líder social-democrata dramatiza o discurso, mas garante estar "inexplicavelmente muito tranquilo" e também "confiante na vitória”.

Nesta entrevista à Renascença, Luís Montenegro garante que não faz "nenhuma opção de direita ou de esquerda", só está concentrado em tentar "responder aos problemas das pessoas".

Estamos na reta final da campanha e esta semana mudou a estratégia para apelar ao voto nos potenciais eleitores do Chega e com críticas ao principal adversário, o socialista Pedro Nuno Santos. Vai conseguir captar esse eleitorado e convencer os indecisos?

Temos feito uma campanha positiva, construtiva, sempre a apresentar as nossas ideias. E, como eu tenho dito muitas vezes, com o foco na vida das pessoas e nas dificuldades que elas enfrentam perante as respostas que os poderes públicos devem dar, que é aquilo que nós nos propomos fazer no Governo. Evidentemente que isto é uma campanha, não estamos sozinhos e, portanto, de vez em quando também temos de fazer alguns comentários.

Mas conseguiu resistir na primeira semana?

Aquilo que eu observei foi que a campanha do Partido Socialista foi sempre muito negativa, muito de afronta ao adversário, muito mais do que a apresentação de propostas. E quis assinalar isso. Por outro lado, também sinto que há muitos eleitores que têm uma vontade de mudança, que têm razões objetivas para estarem insatisfeitos, dececionados, desiludidos com a atual situação política e governativa.

"Não faço nenhuma opção de direita ou de esquerda. Tento responder aos problemas das pessoas"

Está a falar também para esse eleitorado que está desiludido com o PS?

O que peço é que possam fazer uma reponderação e não diversificar muito a opção de voto, sob pena de isso contribuir para manter o Partido Socialista no Governo. E às pessoas que votaram no Chega, é importante que possam fazer uma reavaliação, porque essa opção com certeza incorpora o protesto, mas incorpora mais do que isso, um irrealismo total, uma falta de contribuição para a solução.

Mas está confiante?

Eu confio no juízo das pessoas, na sabedoria das pessoas. Ninguém impõe a ninguém. E é uma coisa curiosa. Eu utilizei propositadamente a expressão potenciais eleitores, porque os eleitores não são de ninguém.

Ao longo desta campanha foi difícil para colocar a mensagem mais ao centro, depois de Passos Coelho e Durão Barroso terem desviado um pouco para a direita?

De maneira nenhuma. Eu não faço nenhuma opção de direita ou de esquerda. Eu tento responder aos problemas das pessoas. Eu apresentei um programa eleitoral, uma equipa, uma forma de ver a governação que é direcionada para resolver os problemas das pessoas. Eu creio que os últimos anos já demonstraram que há uma teimosia ideológica que tem contribuído para criar dificuldades na vida das pessoas.

As pessoas não estão preocupadas em saber se uma determinada opção é de esquerda ou de direita, porque estão preocupadas em saber se é a opção que resolve seu problema. E é isso que estou concentrado.

"Votar no Chega incorpora o protesto e um irrealismo total, uma falta de contribuição para a solução"

Teve nesta campanha todos os antigos líderes do PSD, desde Rui Rio, Passos Coelho, Marques Mendes e até Pedro Santana Lopes. Desta vez tem o partido ao seu lado, se perder as eleições no domingo, a derrota é exclusivamente da sua responsabilidade?

Eu, desde o início que afirmei os princípios que norteiam a minha vida política e eu assumo as minhas responsabilidades na íntegra. Eu não me queixo de nada. Fico muito satisfeito pela participação e pela palavra de solidariedade que muitos que estiveram aqui antes de mim me quiseram emprestar na campanha eleitoral.

Mas eu respondo por mim, respondo por aquilo que são as minhas propostas, e pela estratégia que defini para a campanha. E, portanto, nesse contexto, estou muito tranquilo, aliás, quase inexplicavelmente muito tranquilo.

E muito confiante na vitória?

Sim, muito confiante, o que não significa que eu não sinta a cada dia também aumentar o peso da responsabilidade, porque sinto sinceramente nas ruas que as pessoas têm uma grande esperança naquilo que nós e eu próprio possamos ser capazes de fazer. E isso obviamente que nos dá uma sensação de responsabilidade, de não os defraudar, de poder vir a concretizar aquilo que nós temos proposto.

Há uma última questão que foi uma pergunta que não teve resposta ainda. Foi feita no início desta campanha em Trancoso. Se viabiliza um Governo do Partido Socialista. Ainda não respondeu e eu insisto na pergunta.

E eu remeto para a resposta do Trancoso. Mas obrigado pelo vosso trabalho, que é muito intenso, que nos acompanharam desde o início e ainda faltam dois dias e até ao final desta campanha.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • ze
    07 mar, 2024 aldeia 11:40
    Se o psd vialbilizar o ps,,então se este ganhar as eleições com mais votos que o psd,mas o Chega não vai permitir, e o psd só governaria com a ajuda do chega, é mais que claro, só não vê quem não quer, e vamos esperar po 10 de março, pois não me admirava nada que o psd tivesse menos votos que o ps e que o chega.......

Destaques V+