04 set, 2022 - 09:00 • Tomás Anjinho Chagas
A genética confunde-os aos olhos dos outros. Simão e Samuel têm o cabelo rapado e usam óculos redondos, só que Simão tem bigode. Têm 19 anos e são de Vila Nova de Famalicão.
Na Universidade de Verão do PSD foram “confundidos imensas vezes”, contam à Renascença sentados no restaurante do hotel, em Castelo de Vide. Admitem que são “muito semelhantes” fisicamente, resta saber se o são ao nível das ideias.
“Nós somos muito idênticos por dentro também”, analisa Simão. “Passamos o tempo todo a discutir sobre vários assuntos, e estamos sempre em desacordo”, contradiz Samuel.
Nem sempre concordam, mas pelo menos politicamente estão alinhados. “Nós nascemos na mesma família, no seio de uma família politizada”, explica Samuel Moura, militante da Juventude Social-Democrata (JSD). Com 19 anos garante que sempre tiveram “abertura” para se deslocarem no espetro político e que, “ao longo do tempo, foram desenvolvendo" a consciência, falando sempre na primeira pessoa do plural.
São convictos filiados do PSD e não têm intenções de mudar isso. Apontam para o Direito quando se fala de futuro. Samuel quer ser magistrado. Simão sonha ser “um bom jurista”. É certo que a política não está na resposta, mas não fecham portas.
“Estou aqui na política não para ter um cargo, estou porque gosto de debater política”, atira Samuel. Sentado ao lado, Simão liga as duas áreas: “Têm uma coisa em comum: servir as pessoas. As pessoas têm preocupações e o Direito serve para responder a essas preocupações”.
Se a oportunidade surgir, agarram-na. Questionado pela Renascença, Simão acredita que, se fossem deputados pelo PSD, seriam “muito melhores” do que as gémeas Mariana e Joana Mortágua, “desde logo pelas ideias políticas”, responde com um sorriso no rosto.
Samuel concorda: “Sem desprimor para as gémeas Mortágua, e sem considerar que a minha convicção é melhor do que a delas, diria que eu fundamentaria melhor as minhas intervenções do que elas. E cederia menos a radicalismos e populismos”.
Os gémeos Moura, convictos de que podem suplantar as gémeas Mortáguas na História do Parlamento, são dois dos quase 80 alunos da Universidade de Verão (UV) do PSD que termina este domingo.
O derradeiro dia vai contar com intervenções de Carlos Coelho, diretor da UV; Alexandre Poço, líder da JSD; e encerra com o discurso do presidente do PSD, Luís Montenegro.