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  • Freguesias apuradas: 3092 de 3092
  • Abstenção: 40,16%
  • Votos Nulos: 2,93%
  • Votos em Branco: 1,39%

Total esquerda: 91Mandatos
Pan: 1Mandatos
Total direita: 138Mandatos

Resultados das autárquicas. Lisboa laranja num mapa menos cor de rosa

27 set, 2021 - 05:47 • Hélio Carvalho

Pela primeira vez desde 2009, o Partido Socialista perdeu câmaras - incluindo Lisboa, Coimbra, Funchal, Figueira da Foz e Barcelos.

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Infografia: Rodrigo Machado
Infografia: Rodrigo Machado
Foto: Tiago Petinga/Lusa
Foto: Tiago Petinga/Lusa

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Depois de uma longa noite eleitoral, onde os resultados em Lisboa, Loures, Figueira da Foz foram decididos à última da hora, por curta margem, os votos estão contados nos 308 municípios do país.

O PS vence e leva novamente o prémio de mais câmaras municipais, mas nem tudo foi cor de rosa e somou também algumas derrotas, nalguns casos "inesperadas" e "frustrantes", como foi assumido por António Costa na capital

No total, o PS conquistou 148 câmaras, um valor aquém do resultado histórico alcançado nas eleições autárquicas de 2017.

Há quatro anos, o PS atingiu o seu melhor resultado de sempre em autárquicas, com 159 câmaras (mais duas em coligação). Perdeu agora 12 câmaras, inclusive a autarquia do Funchal que governava em coligação com vários partidos da esquerda.

Choque e surpresa em Lisboa

Mas a notícia da noite em termos políticos e para o futuro do PS nacional é a derrota inesperada e chocante em Lisboa para a coligação de direita de Carlos Moedas, contra todas as sondagens e previsões e com direito a um discurso abalado de Fernando Medina.

Os socialistas saíram também da presidência da câmara da Figueira da Foz, que vai para o independente Pedro Santana Lopes. O antigo primeiro-ministro começou a noite aos abraços, viu o PS a passar-lhe à frente e terminou com uma vitória e com um "resultado extraordinário".

E em Coimbra, a coligação de direita liderada pelo PSD e por José Manuel Silva, ex-bastonário da Ordem dos Médicos e nome escolhido a dedo por Rui Rio, também conquistou o município do presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Manuel Machado.

No que toca ao número de maiorias absolutas, o Partido Socialista caiu de 140 em 2017 para 123 este ano (com 99,58% dos votos apurados).

PSD cresce de braço dado

Carlos Moedas é o rosto do crescimento do Partido Social-Democrata pelo país, ao reconquistar uma Câmara de Lisboa que não se vestia de laranja desde 2007. O ex-comissário europeu e antigo ministro do Governo de Passos Coelho venceu a capital com uma vantagem de cerca de 2.300 votos.

Mas se a vantagem em Lisboa foi pequena, o salto do PSD no total nacional é muito mais notório.

Os sociais-democratas perderam cinco câmaras como partido isolado, mas é na união que está a força. As coligações entre PSD e CDS-PP vão governar em 31 câmaras municipais, comparativamente com as 16 de 2017.

E pegando em coligações com mais partidos da direita - velhos companheiros, como o PPM ou o MPT, ou novos aliados como o Aliança -, o número de coligações passa de apenas três para 11.

Já o CDS-PP, sozinho, mantém as seis câmaras que tinha em 2017, e resta saber o impacto que a eleição terá no futuro nacional do partido, ainda que Francisco Rodrigues dos Santos tenha cantado vitória no hotel Sana.

Ainda em Lisboa, a reviravolta da direita fez-se sentir em algumas das freguesias mais importantes da capital, como Arroios ou Lumiar. A coligação "Mais Lisboa" conquistou 11 das 24 freguesias de Lisboa, com o resto a ir para o PS e para o Livre.

João Ferreira salva-se numa noite pouco vermelha

Em 2017, o eurodeputado e candidato para toda a obra João Ferreira conquistou menos de 10% das intenções de voto e dois deputados em Lisboa. Este ano, o candidato presidencial em janeiro aumentou a percentagem da CDU na capital para quase 11% e termina a eleição com um resultado ligeiramente superior.

Mas o resultado melhor de João Ferreira contrasta com a noite eleitoral da CDU, que é um dos principais derrotados destas autárquicas. Pelas segundas autárquicas consecutivas, a CDU perdeu câmaras e cai de 24 para 19 presidências.

Se o assalto a Almada foi um fracasso - Maria das Dores Meira saiu de Setúbal, foi a Almada, confundiu os habitantes e viu a margem de derrota aumentar ainda mais para Inês de Medeiros, do PS -, a derrota em Loures e de Bernardino Soares por cerca de 2 mil votos é um duro golpe para os comunistas.

A CDU (coligação PCP/PEV) conseguiu segurar Évora por uma triz, mas sai do resto do Alentejo mais fraca, perdendo Alvito (Beja) e Montemor-o-Novo, Mora e Vila Viçosa (Évora), além da Moita em Setúbal e Alpiarça em Santarém.

O próprio Jerónimo de Sousa, num discurso curto logo no início da noite, admitiu que o resultado ficou "aquém dos objetivos". "Admitimos que queríamos outros resultados, mas quem anda nesta vida sabe que às vezes perde-se".

Beatriz segura BE em Lisboa. Chega estreia-se com vereadores

O Bloco começou a noite ao dizer que estava "disponível para ser solução, em Lisboa". Mal Catarina Martins sabia como a noite ia terminar.

Apesar de ter ficado atrás do Chega no número total de votos e continuar a cair nas eleições autárquicas, o BE conseguiu segurar um vereador em Lisboa com a eleição de Beatriz Gomes Dias.

No Porto, Sérgio Aires tornou-se no primeiro vereador da história do partido naquele município.

Mas, no geral, o Bloco perde mais de 30 mil votos e passa de sexta força política autárquica (incluindo os grupos de cidadãos) para o sétimo lugar, ultrapassado pelo Chega, de André Ventura.

Do outro lado do espectro político, o Chega e a Iniciativa Liberal (IL), os dois partidos com assento parlamentar que se estrearam nestas autárquicas, tiveram resultados de análise diferente. Os dois partidos tinham expectativa de eleger um vereador em Lisboa, mas falharam esse objetivo. O Chega foi a sexta força mais votada, com 4,15% dos votos, enquanto que a IL conseguiu apenas 1,25%.

O Chega conseguiu eleger vereadores em, pelo menos, 18 municípios - a maioria na Área Metropolitana de Lisboa e na região do Tejo - e André Ventura foi eleito deputado municipal em Moura. Em assembleias municipais, o partido de extrema-direita conseguiu 169 mandatos. Já a IL conseguiu apenas 23 mandatos.

Ainda assim, o resultado do Chega, que concorreu em mais de duas centenas de concelhos, contrasta com o resultado do seu líder. Ventura teve quase 500 mil votos nas presidenciais, e o partido atingiu os 200 mil votos no total destas eleições.

O PAN ficou-se apenas pelos 1,11% a nível nacional. Há dois outros dois partidos que, em termos nacionais, podem passar despercebidos mas, nas autárquicas, vale a pena mencionar. O Nós, Cidadãos perdeu Oliveira de Frades, câmara conquistada em 2017, e o partido JPP segurou a câmara na autarquia de Santa Cruz, no arquipélago da Madeira.

Rui Moreira obrigado a acordos no Porto

A segunda maior cidade do país teve um resultado menos inesperado que Lisboa, mas significativo para as contas da cidade. O independente Rui Moreira foi reeleito para um terceiro e último mandato, mas vê a sua governação ficar fragilizada com os resultados de domingo.

Rui Moreira conseguiu cerca de 40% dos votos, uma pequena queda comparativamente aos 44,46% de 2017 mas que poderá significar a perda da maioria absoluta.

Tiago Barbosa Ribeiro, deputado socialista escolhido para concorrer ao município depois da desistência de Eduardo Pinheiro, conseguiu apenas cerca de 18%, uma queda de praticamente dez pontos percentuais em relação ao resultado de 2017 por Manuel Pizarro.

Nome conhecido nos corredores da Câmara Municipal, Vladimiro Feliz, antigo vereador do PSD na cidade quando Rui Rio era presidente, conseguiu aumentar a percentagem do PSD de 10,63% para cerca de 17% dos votos e segura assim o vereador eleito em 2017.

Na candidatura de Rui Moreira, há um nome mediático nas freguesias. Tiago Mayan Gonçalves, candidato presidencial e um dos fundadores da Iniciativa Liberal, vai ser presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz e Nevogilde.

A lista da CDU, encabeçada por Ilda Figueiredo, também inverte a tendência decrescente da coligação comunista a nível nacional e sobe de 5,88% para cerca de 7%. E, como referido, o Bloco de Esquerda consegue eleger um vereador pela primeira vez na sua história, alcançando 6,25%.

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  • Mário Abreu
    27 set, 2021 Funchal 09:21
    Estas eleições vieram novamente demonstrar que a grande maioria dos portugueses não quer maiorias absolutas. Na governação tem de haver sempre diálogo entre os cidadãos que representam os partidos e o povo que os iligiram. Parabéns ao Povo Português.
  • Q
    27 set, 2021 Lisboa 08:49
    O Chega a ser descrito como de extrema-direita, para continuar a meter medo aos portugueses. Mas para o mesmo jornalista BE, Livre, PCP, que tudo fazem, sobretudo o Bloco de Esquerda, para destruir a moral catolica, nao sao extremistas. Assim vai o jornalismo, até na Renascença...
  • Celso
    27 set, 2021 Funchal 06:24
    Porquê chamam extrema-direita ao Chega e não chamam extrema-esquerda ao Bloco. PCP e Livre?

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