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Ajuda a Moçambique

"Ajuda humanitária em risco", alerta Portugal com ACNUR

14 abr, 2023 - 10:23 • Henrique Cunha

Em Moçambique, a falta de financiamento "está a colocar mais de um milhão de pessoas em risco". O alerta é da Portugal com ACNUR, o parceiro nacional da Agência da ONU para os Refugiados. O organismo criado em 2021 pede "o apoio das pessoas e empresas para se evitar que a situação de subfinanciamento se agrave".

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A diretora nacional da Portugal com ACNUR, Joana Brandão, denuncia a existência de "uma grave crise humanitária" no Norte de Moçambique.

"A violência no Norte do país e as catástrofes naturais provocadas pelas alterações climáticas, estão a deixar Moçambique, onde o financiamento é insuficiente, a braços com uma grave crise humanitária", diz a responsável em entrevista à Renascença.

"A situação traz desafios acrescidos para quem presta apoio no terreno a pessoas refugiadas e deslocadas internamente, como é o caso do ACNUR”, rfeforça.

Joana Brandão fala de uma “crise humanitária grave decorrente do terrorismo na Região de Cabo Delgado e dos desastres climáticos que colocam mais de um milhão e meio de pessoas a necessitar de assistência e de ajuda humanitária”, pelo que pede "o apoio das pessoas e empresas para se evitar que a situação de subfinanciamento se agrave”.

A diretora nacional da Portugal com ACNUR teme que “outras crises possam desviar as atenções da situação em Moçambique” e adianta que “o ACNUR precisa para este ano de 47 milhões de dólares e que até fevereiro só tinha alcançado 14 por cento” desse montante.

As necessidades maiores de Moçambique estão relacionadas com a resposta às vítimas do último ciclone Freddy. A responsável adianta que “o ACNUR tem procurado mobilizar, com urgência, abrigo e outros bens essenciais para apoiar 62 mil refugiados, deslocados internos e membros das comunidades de acolhimento que já apoiava e reparar as infraestruturas danificadas nos vários campos”.

Joana Brandão refere que “a organização está a apostar fortemente na construção de novos abrigos resistentes ao clima” e que até agora já foram construídos cerca de 300 novos abrigos”, pelo que “o financiamento adicional é urgente para ampliar as atividades humanitárias”.

“É necessário o apoio das pessoas e empresas para evitarmos que esta situação de subfinanciamento se agrave e a ajuda não chegue a um país que acumula anos de conflitos e as consequências de graves desastres climáticos”, reforça.

A Portugal com ACNUR, parceiro nacional da Agência da ONU para os Refugiados (UNHCR/ ACNUR), nasceu em 2021 e tem como objetivo sensibilizar e angariar fundos para apoiar os programas de ajuda humanitária nas áreas da nutrição, cuidados médicos, água potável e saneamento, educação, abrigo e infraestruturas básicas, assistência jurídica e proteção internacional, entre outras.

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