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Guerra Israel-Hamas

Diplomacia. Libertação de reféns israelitas pelo Hamas depende de questões práticas "menores"

19 nov, 2023 - 12:12 • Salomé Esteves com Lusa

Em conferência de imprensa conjunta o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani mostrou confiança nas negociações sobre a libertação dos reféns, mas não indicou calendário. O primeiro-ministro do Catar condenou o ataque ao hospital do Al-Shifa e o silêncio da comunidade internacional.

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A conclusão de um acordo sobre a libertação dos reféns raptados pelo Hamas durante o ataque a Israel, em 7 de outubro, assenta agora em questões práticas "menores", declarou este domingo o primeiro-ministro do Qatar, sem indicar um calendário.

"Os desafios que subsistem nas negociações são muito menores (...) São mais logísticos, são mais práticos", declarou Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani numa conferência de imprensa em Doha, juntamente com o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell.

O Qatar tem estado no centro dos esforços de negociação entre Israel e o Hamas. O acordo deve indicar que mulheres e crianças sejam libertados em primeiro lugar e que uma pausa humanitária seja estabelecida para garantir a passagem dos reféns.

As negociações com vista a um acordo registaram "altos e baixos nas últimas semanas", disse.

"Penso que agora estou mais confiante de que estamos suficientemente próximos para chegar a um acordo que permita o regresso destas pessoas (os reféns) a casa em segurança", acrescentando que tanto o Qatar como a União Europeia vêem como prioritário o estabelecimento de uma "resolução permanente e duradoura para esta crise".

O primeiro-ministro qatariano acrescentou que "o que aconteceu no complexo do hospital de al-Shifa", referindo-se à saída forçada de centenas de pessoas, "é considerado um crime". Mas que "infelizmente, não ouvimos uma única voz da comunidade internacional a condenar".

O ataque do Hamas em solo israelita, em 7 de outubro, matou 1200 pessoas, na maioria civis, segundo as autoridades israelitas, que estimam que cerca de 240 pessoas foram feitas reféns pelo movimento palestiniano naquele dia.

Em represália, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, que tomou o poder em Gaza em 2007. Desde então, os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza mataram 12.300 pessoas, sobretudo civis, segundo o governo do movimento palestiniano.

O Qatar, que acolhe um gabinete político do Hamas, esteve envolvido na mediação que levou à libertação de quatro reféns em outubro: uma mulher norte-americana e a sua filha e duas mulheres israelitas.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tem afirmado repetidamente que não pode haver cessar-fogo enquanto não forem libertados todos os reféns.

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