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Bispo de Angra apela à valorização do Ato Penitencial

14 fev, 2024 - 09:33 • Olímpia Mairos

Renúncia quaresmal da diocese reverte a favor de projetos em São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.

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O bispo da Diocese de Angra, D. Armando Esteves Domingues, apela, na sua mensagem para a Quaresma, à valorização do Ato Penitencial, destacando o seu “valor sacramental e pedagógico”.

“O Ato Penitencial, colocado no início da Celebração Eucarística, não substitui certamente o Sacramento da Reconciliação, não é um sacramento em sentido estrito, mas tem um valor sacramental e pedagógico, porque nos educa a reconhecermo-nos pecadores e a invocar a misericórdia não só como um ato individual, mas também como um ato eclesial com consequências existenciais muito significativas”, escreve.

Segundo o prelado, “este Ato traduz a vontade de reconciliação nas relações pessoais e sociais, porque cada ferida infligida a Deus é, ao mesmo tempo, uma ferida para o nosso irmão e irmã e vice-versa”.

O prelado explica que “o Ato Penitencial, redescoberto e bem feito, pode ser uma ajuda para o nosso caminho quaresmal e para podermos chegar à terra da Páscoa, reconstruídos por dentro, verdadeiros artesãos da paz e do amor”.

“Deixemos que cheguem ao nosso coração as angústias e esperanças dos irmãos de caminho”, pede o bispo de Angra, notando que “falhamos nas palavras e atos, não aprofundando os relacionamentos construtivos, mas o maior pecado dos nossos tempos é porventura o da omissão: seja às obrigações para com Deus, seja para com os irmãos, sobretudo os carenciados. A omissão, que mergulha na indiferença e tantas vezes na intolerância com o outro, torna-nos egoístas e autorreferenciais. Isola-nos e faz-nos pouco fraternos”.

D. Armando Esteves Domingues convida também “todos, todos, todos a voltar à Eucaristia nesta Quaresma”, alertando que “muitos ainda continuam em tempo de pandemia, confinados às paredes das suas casas, sem fazer comunidade”.

“Atrevo-me a entrar em vossas casas, para abanar a consciência dos pais de família para a importância de serem naturais educadores e transmissores da fé e para fazerem um programa conjunto de caminho espiritual nesta Quaresma. O que for possível, mesmo se pouco, poderia ajudar a todos”, diz, advertindo que “a fé não enraíza nem produz frutos de caridade sem espiritualidade, sem uma vida espiritual comunitária”.

O responsável da Diocese de Angra pede ainda que “deixemos que Jesus nos converta e semeei o desejo sincero de começar por nós e por dentro, para sabermos estar com todos e para os outros. A Missa Dominical pode ser o grande barómetro da Quaresma”.

Renúncia quaresmal para projetos em São Tomé e Príncipe e Cabo Verde

Na mensagem, D. Armando Esteves Domingues informa que renúncia quaresmal da diocese reverte a favor de projetos em São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.

“Recebemos o pedido do PDIL – Projeto de Desenvolvimento Integral de Lembá – na cidade das Neves, onde trabalha há quase 25 anos a nossa missionária, a Irmã Lúcia Cândido das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, também presentes na nossa Diocese. O Projeto é desenvolvido pela Associação Abraçar São Tomé e Príncipe, o Centro Social Mãe Clara, que dá mais de 2000 refeições a crianças e idosos; a Escola Nossa Senhora das Neves para mais de 800 crianças; o Centro Despertar, para mais de 200 crianças e a Sala de Informática da Escola Nª Srª das Neves”, escreve.

O segundo Projeto “será o ‘Mison Corason 997’, que vários açorianos já apoiam e é desenvolvido pelo Centro Educativo do Sagrado Coração de Jesus, dirigido pela Irmã Maria do Carmo Borges, da Congregação das Irmãs Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus, na cidade da Praia, Cabo Verde. Para além de muitas outras necessidades, a Cáritas Diocesana de Santiago-Praia manifestou a necessidade de se construir um depósito de água potável na escola primária de Pingo de Chuva, cujo projeto ronda os 8.000 euros”, acrescenta.

“Vamos tentar pagá-lo na íntegra. Basta que todos encaminhem as suas renúncias”, pede D. Armando Esteves Domingues.

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