16 ago, 2013 - 11:00
Os apoiantes do presidente egípcio deposto convocaram para esta sexta-feira no Cairo uma “marcha de raiva". Um protesto contra a violenta repressão de quarta-feira.
A acção foi anunciada pelo porta-voz da Irmandade Muçulmana. “Apesar da dor e do sofrimento pela perda dos nossos mártires, os últimos crimes dos golpistas aumentaram a nossa determinação para os travar”, afirmou Gehad El Haddad, citado na agência Reuters.
A dispersão de manifestantes pelas forças de segurança há dois dias fez mais de 600 mortos e milhares de feridos na capital egípcia.
Apesar das críticas lançadas nos últimos dias pela comunidade internacional, o governo militar egípcio já alertou que autorizou as forças de segurança a utilizarem armas contra qualquer pessoa que ataque a polícia ou as instituições estatais.
As autoridades egípcias dispersaram esta quarta-feira os apoiantes do ex-presidente Mohamed Morsi, deposto pelos militares, que se encontravam acampados em duas praças da cidade.
Clima de tensão desde Junho
O actual clima de tensão no Egipto iniciou-se a 30 de Junho, quando diversos sectores da oposição promoveram grandes protestos exigindo a deposição do presidente islamita Mohamed Morsi, eleito em Junho de 2012 nas primeiras eleições livres no país.
Morsi provinha da Irmandade Muçulmana, que também venceu as legislativas organizadas após o derrube, em Fevereiro de 2011, do regime autocrático de Hosni Mubarak.
A 3 de Julho, o Presidente foi deposto e detido pelos militares, tendo sido formado um Governo de transição, entre os protestos das correntes islamitas que exigem o seu regresso ao poder.
Após o falhanço das tentativas de mediação internacionais, o Governo interino nomeado pelo exército anunciou que, terminado o período do Ramadão, no passado fim-de-semana, iria acabar com as manifestações pró-Morsi, operação que iniciou esta quarta-feira.