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Dados de 2022

Cultivo de cocaína na Colômbia atinge máximo histórico

12 set, 2023 - 13:07 • Lusa

O país sul-americano é o maior exportador mundial de cocaína, feita a partir de folhas de coca. A Colômbia fornece 90% da cocaína vendida anualmente nos EUA.

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O cultivo de coca atingiu um máximo histórico na Colômbia no ano passado, avançou a ONU esta terça-feira, numa altura em que o Presidente colombiano luta para reduzir a pobreza e conter grupos armados que lucram com o negócio da cocaína.

Os novos dados sobre o cultivo de coca foram publicados no fim de semana pela secção das Nações Unidas contra as Drogas e Crime, que refere que 230 mil hectares de terras agrícolas na Colômbia estiveram plantados com coca em 2022, um aumento de 13% em relação ao ano anterior.

O país sul-americano é o maior exportador mundial de cocaína, feita a partir de folhas de coca. A Colômbia fornece 90% da cocaína vendida anualmente nos Estados Unidos.

O Governo da Colômbia afirmou hoje que a quantidade de terras plantadas com coca está a aumentar a um ritmo mais lento do que nos anos anteriores, esperando que os novos programas que proporcionam maiores incentivos económicos aos agricultores para adotarem culturas legais ajudem a reduzir a produção de cocaína nos próximos anos.

“Estamos a achatar a curva”, disse o ministro da Justiça, Nestor Osuna, em conferência de imprensa, referindo-se ao aumento anual de 13% nas terras plantadas com coca, lembrando que o cultivo de coca na Colômbia aumentou mais de 40& entre 2020 e 2021.

No sábado, o Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, cujo Governo reduziu as metas de erradicação da coca, criticou os esforços liderados pelos Estados Unidos para combater a produção de drogas através da erradicação das plantações de coca, considerando a abordagem um fracasso.

Falando numa conferência latino-americana sobre política de drogas organizada pela sua administração, Gustavo Petro instou os vizinhos da Colômbia a mudarem a sua abordagem à politica de droga.

Segundo o Presidente, o uso de drogas deveria ser abordado como “um problema de saúde pública” e não como um problema militar.

“Temos de acabar com a política desastrosa que culpa os agricultores (pela produção de cocaína) e não perguntar porque é que em algumas sociedades as pessoas consomem drogas até se matarem”, disse, acrescentando que as drogas estão a substituir “a falta de afeto e a solidão”.

De acordo com o relatório anual da ONU, o cultivo de coca na Colômbia expandiu-se mais nas zonas fronteiriças, onde a cocaína é fácil de transportar e exportar, especialmente na província de Putumayo, ao longo da fronteira sul da Colômbia com o Equador.

As autoridades da ONU revelaram que a produção de coca diminuiu no interior da Colômbia devido à queda no preço da folha de coca, salientando que tal facto representa uma oportunidade para as autoridades inscreverem os agricultores em projetos de substituição de culturas.

“Temos de trabalhar no fortalecimento das economias legais em áreas isoladas e não apenas no ataque às economias ilícitas”, disse Leonardo Correa, coordenador regional do sistema de monitorização da coca da ONU.

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