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Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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O futebol dos contrastes

30 nov, 2023 • Opinião de Ribeiro Cristovão


O Benfica já repetiu esta situação em outras várias alturas.

As equipas portuguesas presentes nas competições da UEFA têm transmitido ao mundo a sua incapacidade para aguentarem em cada jogo os noventa minutos que a lei determina, com exemplos bastantes, tanto recentes como antigos, seja a nível nacional ou internacional.

Começando pelo Benfica, tivemos ontem à noite, no estádio da Luz, o exemplo mais flagrante dessa característica, contra o Inter de Milão. Dominador por inteiro na primeira parte, capaz de chegar à confortável vantagem de três-a-zero, sucumbiu completamente no segundo tempo, acabando ainda por permitir que o Inter chegasse à igualdade para, depois, se ver em palpos de aranha para aguentar esse resultado.

Convém também ter em conta o facto de o treinador italiano ter subestimado o campeão português, ao ponto de fazer entrar no jogo um onze muito distante daquele que utiliza habitualmente. Pagou caro esse atrevimento, só revertido porque no segundo tempo fez as substituições que lhe deram a possibilidade de alterar a marcha do marcador.

O Benfica já repetiu esta situação em outras várias alturas, a mais recente no jogo com os leões na Luz, onde só a fulgurante segundo parte do jogo permitiu chegar a uma vitória difícil e tangencial.

Com o Futebol Clube do Porto temos visto ainda mais frequentes exemplos.

Desde logo, no desafio recente com o Barcelona, os dragões produziram uma excelente exibição nos primeiros quarenta e cinco minutos, para sucumbirem depois, ao ponto de terem permitido que os catalães transformassem a derrota numa vitória, ainda para mais conferida por dois golos portugueses e, ainda pior, obtidos por antigos jogadores do rival Benfica.

O Sporting Clube de Portugal, que hoje joga em Bérgamo a sua sorte na Liga Europa, perdeu por 2-0 em Lisboa, frente ao Atalanta, depois de uma desastrosa primeira parte, atenuada depois por uma actuação mais consentânea com a sua qualidade, que permitiu que o resultado final não tivesse atingido expressão mais escandalosa.

No meio de todos estes exemplos, tão incompreensíveis quanto inceitáveis, a excepção foi ontem protagonizada pelo Sporting de Braga, valente durante todo o tempo no jogo com o Union Berlim, que só não ganhou porque esteve durante mais de uma hora privado de um dos seus defesas centrais, já de si um dos sectores mais carentes da equipa minhota.

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