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BE alerta para estado do Bairro do Zambujal e pede ao Governo e câmara que oiçam moradores

13 mai, 2023 - 19:27 • Lusa

No decorrer do encontro, vários moradores denunciaram problemas de humidade, infiltrações ou má qualidade dos materiais utilizados em janelas ou estores.

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A coordenadora do Bloco de Esquerda alertou este sábado para o estado das casas no Bairro do Zambujal, na Amadora, e pediu ao município, ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e ao Governo para ouvirem os moradores.

"Nós já estivemos neste bairro há uns anos porque há uma enorme degradação das casas - ou seja, o IHRU não está a fazer as obras nas casas. Fez em algumas casas obras de exteriores, obras que, ainda por cima, já estão muito degradadas, passado muito pouco tempo", disse Catarina Martins à Lusa após um encontro com membros da A Partilha - Associação de Moradores do Bairro do Zambujal.

Depois de ouvir os moradores, a coordenadora do BE assinalou que a maior parte das pessoas "tem problemas gigantescos nas suas casas", como humidade, e que "nada é resolvido".

No decorrer do encontro, vários moradores denunciaram problemas de humidade, infiltrações ou má qualidade dos materiais utilizados em janelas ou estores.

Uma outra preocupação levantada pelos moradores prendeu-se com os valores das rendas e com as alterações no programa do Arrendamento Apoiado.

"O IHRU, aparentemente, não está a fazer o seu processo. Empurrou as pessoas para processos judiciais, em que as pessoas estão a aumentar dívidas sobre valores de rendas que nunca deviam ter pago, porque foram mal calculados, porque não tinham sentido", afirmou a coordenadora bloquista.

Catarina Martins considerou que os moradores do bairro estão a ser alvo de um "processo de chantagem" por serem "obrigados a pagar rendas que não deviam pagar - que são exageradas -, por casas que nem sequer têm as obras básicas para se garantir a habitabilidade".

Nesse sentido, a dirigente do BE, que não se vai recandidatar à liderança na Convenção Nacional a realizar nos dias 27 e 28 deste mês, garantiu que estes são processos que "se arrastam há anos" e que "ninguém está a resolver".

"Aquilo que nós vamos tentar é questionar diretamente o Governo, o Ministério da Habitação, o IHRU sobre este caso, tentar que estes moradores possam ser ouvidos no Parlamento e também tentar que a Câmara Municipal da Amadora tenha uma posição mais clara na defesa desta população", garantiu, dizendo que estas entidades "não podem fazer de conta que não têm nada a ver com isto".

Catarina Martins assinalou que o partido não pode ter intervenção nos processos judiciais em curso, mas que o IHRU "pode começar a negociar uma solução com estas pessoas para acabar com este problema".

A coordenadora do Bloco criticou, ainda, o Governo por "fazer de conta que não tem nada a ver" com os problemas dos moradores, uma vez que são casas do Estado.

"O Governo faz de conta que não tem nada a ver com isto, mas são casas do Estado, com pessoas que moram aqui porque têm baixos rendimentos. Ninguém mora neste bairro porque tem um salário alto. As pessoas que moram aqui são famílias que têm baixos rendimentos e, por isso, têm de ter uma renda que consigam pagar. E as pessoas têm pago a renda", insistiu.

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