03 mar, 2022 - 09:51 • Lusa
O Comité Paralímpico Internacional (IPC) anunciou, esta quinta-feira, um dia antes da competição, que os atletas da Rússia e da Bielorrússia não vão poder participar nos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim 2022.
Na quarta-feira, o IPC tinha decidido que os atletas da Rússia e da Bielorrússia podiam participar nos Jogos, mas sob bandeira neutra e sem serem incluídos no quadro de medalhas, devido à invasão russa da Ucrânia, alegadamente com apoio bielorrusso.
“Nas últimas 12 horas, um esmagador número de membros entrou em contacto connosco”, disse o presidente do IPC, o brasileiro Andrew Parsons, em conferência de imprensa.
“Disseram-nos que, se não reconsiderássemos a nossa decisão, é provável que tivesse graves consequências”, acrescentou Parsons, referindo-se à potencial recusa de muitos atletas de competir contra russos ou bielorrussos.
Aos atletas da Rússia e Bielorrússia, Parsons disse: “Lamentamos muito que sejam afetados pelas decisões que os vossos governos tomaram na semana passada de violar a trégua olímpica. São vítimas das ações dos vossos governos.”
“O que foi claro é que a situação, a agravar-se de forma rápida, nos colocou em uma posição singular e impossível tão perto do início dos Jogos”, disse o responsável.
Guerra na Ucrânia
Quando não for possível excluir os atletas ou equi(...)
Pequim, que acolheu, entre 4 e 20 de fevereiro os Jogos Olímpicos de Inverno, será palco da competição paralímpica entre sexta-feira e 13 de março.
A Rússia tinha 71 atletas qualificados para Pequim, enquanto a Ucrânia tem uma delegação com 20 atletas.
O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, apelou, na quarta-feira, a todas as federações desportivas para que excluam os atletas da Rússia e da Bielorrússia.
“Uma competição justa não poderá ocorrer se os atletas russos participarem livremente [em provas], enquanto colegas ucranianos são atacados”, disse Thomas Bach.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, um milhão de pessoas já fugiram da Ucrânia.