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Luciano Gonçalves

Portugal não disponibilizará árbitros para a Superliga Europeia

20 abr, 2021 - 16:45 • Redação com Lusa

Árbitros que participem na Superliga fá-lo-ão “por sua conta e risco” e deixarão de pertencer aos quadros da UEFA e da FIFA.

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Os árbitros portugueses não estarão disponíveis para jogos da Superliga Europeia, frisou, esta terça-feira, o presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF). Quem o fizer será “por sua conta e risco”.

Em declarações à Lusa, Luciano Gonçalves frisou quais são as instituições “a quem os árbitros têm de obedecer” e concluiu que aqueles que estiverem na Superliga “não estarão na FIFA e na UEFA”.

“Os árbitros portugueses estão disponíveis para arbitrar competições da Federação [Portuguesa de Futebol], das Associações distritais, da FIFA e da UEFA e nunca de qualquer outra competição que não esteja sob a égide destas instituições”, sublinhou o presidente da APAF.

Ainda assim, Luciano Gonçalves considera que “não será difícil” para a futura Superliga contratar árbitros. Por exemplo, nos Estados Unidos, estão “uma série de árbitros europeus” a apitar jogos da MLS. "Deixam é de pertencer aos quadros da FIFA e da UEFA”, advertiu.

Superliga gera controvérsia


No domingo, AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham anunciaram a criação da Superliga Europeia, à revelia de UEFA, federações nacionais e vários outros clubes.

A competição será disputada por 20 clubes, 15 dos quais fundadores — três ainda estão por revelar — e outros cinco qualificados anualmente. O FC Porto confirmou que recebeu contactos informais para integrar a Superliga Europeia, contudo, o presidente do clube português, Pinto da Costa, esclareceu que rejeitou o convite, por considerar que a nova competição viola as normas da UEFA e da União Europeia.

UEFA e FIFA confirmaram que os jogadores das equipas que disputem a Superliga serão banidos dos Europeus e Mundiais e proibidos de representar as suas seleções. Portugal tem um total de 11 jogadores nesta situação: João Félix (Atlético de Madrid), Francisco Trincão (Barcelona), Diogo Dalot e Rafael Leão (AC Milan), Cristiano Ronaldo (Juventus), João Cancelo, Rúben Dias e Bernardo Silva (Manchester City), Bruno Fernandes (Manchester United), Diogo Jota (Liverpool) e Cédric Soares (Arsenal) são os jogadores que integram os 12 clubes fundadores. Só Leão e Dalot não somam internacionalizações pela seleção AA.

A UEFA já está a estudar uma forma de excluir, com efeitos imediatos, os 12 clubes fundadores da Superliga das competições europeias. Chelsea, Manchester City e Real Madrid estão nas meias-finais da Champions. Arsenal e Manchester United são semifinalistas da Liga Europa.

Esta terça-feira, o presidente da FIFA ameaçou a exclusão dos clubes que decidam participar na Superliga Europeia. "Se alguém quer seguir o seu caminho, então terá de arcar com as consequências. Serão responsáveis pelas suas escolhas. Mas, ou estão dentro ou estão fora. Não podemos estar metade dentro e metade fora", sublinhou Gianni Infantino.

O presidente da UEFA deixou um apelo aos clubes fundadores da prova. “Senhores, cometeram um enorme erro. Alguns dizem que é ganância, outros desdenha, arrogância. Ainda vão a tempo para mudarem de opinião. Todos cometem erros”, destacou Aleksander Ceferin.

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