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França está fora da Fórmula 1 em 2023. Corridas históricas podem desaparecer

25 ago, 2022 - 13:01 • Redação com Lusa

"A história já não chega", alerta o diretor executivo da Fórmula 1, que pondera substituir circuitos como Monza, Spa e Monte Carlo por destinos mais lucrativos.

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O Grande Prémio (GP) de França vai ficar fora do calendário do Mundial em 2023, confirmou esta quinta-feira o diretor executivo da Fórmula 1, Stefano Domenicali, admitindo que a prova pode “entrar num sistema de rotatividade”.

“As conversações continuam e, no futuro, pode haver uma espécie de rotação entre vários Grandes Prémios”, disse Domenicali, acrescentando: “Isso não acontecerá em 2023, só será possível em 2024 ou 2025”.

Em maio, a organização do GP de França de Fórmula 1 mostrou-se disponível para alternar uma data do Campeonato do Mundo com outra prova.

“Estou convicto de que fazer uma edição em cada dois anos faz sentido, para crescer e subir de nível em relação aos outros Grandes Prémios do mundo”, afirmou o responsável da corrida francesa, Christian Estrosi, após uma reunião com Stefano Domenicali.

Grandes Prémios históricos em risco de extinção


Além de França, podem também ficar fora do calendário do "grande circo" em 2023 as provas da Bélgica e do Mónaco, que ainda não renovaram os contratos com a Fórmula 1, e enfrentam a concorrência de destinos como a Ásia, o Médio Oriente ou a América, disponíveis para suportar maiores investimentos.

Stefano Domenicali avisou que não basta ter história para que alguns Grandes Prémios tradicionais sejam mantidos no calendário, como Monza, Spa ou Monte Carlo, que podem desaparecer num futuro próximo.

Essas corridas estão ameaçadas por outras, como Arábia Saudita, Miami e, em breve, Las Vegas, cuja contribuição económica é muito maior, embora não tenham a popularidade das primeiras.

"Queremos encontrar um bom equilíbrio, pelo menos um terço [das corridas] na Europa, um terço no Extremo Oriente e outro na América/Médio Oriente. É claro que estamos a falar de um setor onde os investimentos e a contribuição financeira é muito importante, mas sempre dissemos que as corridas tradicionais, que sabemos que não conseguem trazer os lucros que as outras trazem, têm todo o nosso respeito", afirmou.

"A história já não chega". O dinheiro fala mais alto


Spa-Francorchamps pode receber o último Grande Prémio da Bélgica de Fórmula 1 no próximo domingo, pelo menos por vários anos.

"Se se lembrarem, houve períodos em que a Bélgica não estava no calendário da Fórmula 1. E voltou. Às vezes, temos memória curta", acrescentou Domenicalli, sobre um GP que esteve presente em 66 das 73 temporadas da Fórmula 1.

"[Spa] é um lugar formidável e é por isso que estamos a negociar. E em Monza vamos comemorar este ano o 100.º aniversário do Grande Prémio da Itália. Mas como italiano eu sempre digo a eles que devem perceber que a história já não chega. Monza deve fazer a sua parte, deve renovar a estrutura, renovar um lugar emblemático. Esses lugares sempre farão parte das negociações, mas a sua presença não pode ser dada como certa", disse.

Domenicalli confirmou, ainda, que o Mundial de 2023 consistirá em "23 ou 24 corridas". O número dependerá da China, devido à pandemia da Covid-19 e às relações do país asiático com a Rússia.

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