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Educação

Diretores de escolas públicas concordam com fim do segundo ciclo

27 fev, 2024 - 10:00 • Hugo Monteiro

Em termos práticos, terminar com o segundo ciclo poderia significar "juntar os quinto e sexto anos ao primeiro ciclo e haver uma continuidade de docência, nomeadamente com um professor polivalente”, tal como existe no primeiro ciclo, defende Filinto Lima.

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O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima , apoia a sugestão de acabar com o segundo ciclo do ensino básico, como consta do relatório “Estado da Educação 2022”.

“Devemos, de facto, seguir essa indicação do Conselho Nacional de Educação, indicação para a qual já há um parecer de alguns anos”, sublinha Filinto Lima que defende que esta reorganização aumentaria “as performances dos alunos”, até porque, atualmente, “o segundo ciclo - os 5º e 6º anos - aparece um pouco perdido” no sistema de ensino português. Algo sobre o qual a ANDAEP “já falou há algum tempo”.

Esta reorganização significaria “que haveria um primeiro ciclo, do primeiro ao sexto ano de escolaridade, e um segundo ciclo, um ciclo superior, do sétimo ano ao 12º ano de escolaridade”, diz Filinto Lima, em entrevista à Renascença.

A proposta "que deve ser debatida entre todos”. “Não pode ser mudança do dia para a noite. Tem que ser debatido e consensualizado”, defende.

Terminar com o segundo ciclo poderia significar "juntar os quinto e sexto anos ao primeiro ciclo e haver uma continuidade de docência, nomeadamente com um professor polivalente”, tal como existe no primeiro ciclo.

Já sobre o aumento de reprovações no terceiro ciclo do Básico e no Secundário, Filinto Lima alerta para a necessidade prosseguir com o plano de recuperação das aprendizagens “no próximo ano letivo” e “com um número de professores suficientes”.

"No ano letivo que está a decorrer, o plano continua, mas só com técnicos especializados - psicólogos, assistentes sociais e educadores sociais. Não continua., como gostaríamos, com os professores”, indica.

Nestas declarações à Renascença, o presidente da ANDAEP apela, ainda, aos líderes partidários para que tragam para a campanha eleitoral o tema da educação, num momento em que “todos os meses temos a jubilar centenas de professores, enquanto que, do outro lado, não temos jovens em número suficiente capazes de colmatar essas vagas”.

Comentários
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  • Maria Manuela Gandra
    05 mar, 2024 Malveira 18:10
    O 2° ciclo deveria ser integrado no 3° ciclo, porque a maioria dos professores não têm formação para o 1°ciclo e faria com que se mantivessem os professores das diversas disciplinas.
  • Cristina Andreia Tei
    29 fev, 2024 São Cosme - Gondomar 14:20
    Deve continuar tal como está pois de outra forma iremos infantilizar ainda mais as crianças.
  • Paula Quintela
    29 fev, 2024 Abrantes 07:43
    Os professores são representados por diretores, sindicatos e associações, no entanto seria muito mais lógico e efetivamente fidedigno auscultar o responsável pelo ensino, o professor, que lida diariamente com os alunos. A melhoria não deve ter por base opiniões nem representações sem, primeiro, que se ouça o professor, e as amostras não representam a um país; e vencerá justamente a maioria de quem está no ativo sobre o que é necessário para a maioria dos alunos. É a realidade contada pelos próprios que faz a verdade. Só assim teremos medidas assertivas e adequadas aos alunos para impactos reais. Por isso, há que colocar essas questões aos professores para que os seus representantes façam chegar as conclusões a quem toma a decisão final. Para o bem dos alunos!
  • Unknown
    29 fev, 2024 Lisboa 04:14
    Filinto o diretor presidente no jubileu.
  • Marília Patrícia Mat
    28 fev, 2024 Portimão 11:43
    Antes de se auscultarem os diretores, auscultam-se primeiro os professores dos ciclos visados, pois a fazer estas alterações sem ouvir os profssionais que na área trabalham, poderá conduzir ao abandono (ainda mais) dos professores que lecionam o 2º ciclo. O 1º ciclo é um ciclo muito importante e com características muito diferentes. Como profssional, vejo mais lógica anexar o ciclo ao 3º ao invès do 1º, que assenta maioritariamente num regime monodocente, ao qual, nem todos os profissionais do 2º ciclo têm vocação para a prática pelo facto de se terem especializado em áreas especificas.
  • Terezinha
    27 fev, 2024 Silves 22:29
    Era muito importante fazer esta revolução no 2° ciclo, no 6° os professores conseguem perceber os k são muito bons, médios e com mais dificuldades, seria muito bom para os alunos ter um encaminhamento nesta altura. Seriam alunos menos frustrados e mais capazes. Haja coragem e vontade de mudar.

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