08 mai, 2023 - 12:45 • Carlos Dias com Redação
O presidente do Belenenses, Patrick Morais de Carvalho, cumpriu a missão de devolver o clube ao futebol profissional, mas depois da celebração, a reflexão. Há uma desigualdade de tratamento que, na opinião de Patrick Morais de Carvalho, põe "em causa a verdade desportiva da competição".
A Liga e a APCVD (Autoridade Portuguesa contra a Violência no Desporto) fizeram a vistoria ao Estádio do Restelo e o resultado é a necessidade de um investimento imediato avultado, sem período transitório para adaptar o recinto.
"Vai ser difícil [o regresso à II Liga], desde logo porque as equipas que sobem à II Liga têm de licenciar os seus estádios. Nós para licenciar o Estádio do Restelo vamos ter de gastar mais de 500 mil euros. Penso que está em causa a verdade desportiva da competição, porque todos os outros competidores da I e da II Liga tiveram um período transitório de dois anos para fazer essa transição", observa o presidente do Belenenses.
"As equipas que sobem agora não têm direito a esse período transitório. Portanto, antevejo um ano difícil, mas acreditando sempre que o Belenenses com pouco consegue fazer mais. Creio que iremos fazer uma boa equipa", acrescenta, com otimismo, em entrevista à Renascença.
A dúvida que subsiste é se o futuro próximo será com Patrick Morais de Carvalho na presidência. O clube tem eleições marcadas para 24 de junho, ainda não há candidatos e o atual presidente revela que, neste momento, não tem as condições necessárias para apresentar recandidatura.
"A tesouraria do clube é um terror todos os meses, o que obriga a direção a encontrar receitas extraordinárias todos os meses. A energia vai fraquejando. A única possibilidade de eu continuar é termos um orçamento em que podemos atingir o 'break even', do lado do clube, entre receitas e despesas e termos um conjunto de receitas da SDUQ ou SAD [Belenenses deverá criar uma SDUQ] que nos permita não estarmos com dores de barriga todos os meses", explica, nestas declarações a Bola Branca.
Patríck Morais de Carvalho devolveu o clube aos escalões profissionais, após cinco subidas seguidas, e tem o sentimento de dever cumprido. Agora, apela "aos sócios que apresentem listas, porque o pior já passou".
Independentemente da sua continuidade, o dirigente explica que se alguém novo entrar vai encontrar um clube organizado. O treinador Bruno Dias ainda não tem certa a renovação para o próximo ano, mas ambos estão, há algum tempo, a preparar a construção do plantel.
O Belenenses garantiu a subida direta à II Liga, tal como a União de Leiria. Há mais uma equipa da Liga 3 - Vilaverdense ou Braga B - que poderá subir à II Liga. Terá que disputar "play-off" com o antepenúltimo classificado do segundo escalão para definir quem fica com a vaga em aberto.