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BCE não mexe nas taxas de juros

11 abr, 2024 - 13:30 • Ana Kotowicz

Juros mantêm-se nos 4,5% para a taxa de refinanciamento e nos 4% para a taxa de remuneração de depósitos dos bancos.

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Os juros vão ficar inalterados. É esta a decisão do Banco Central Europeu (BCE) que, esta quinta-feira, manteve a taxa de refinanciamento nos 4,5% e a taxa de remuneração de depósitos dos bancos nos 4%. O Conselho do BCE diz estar determinado a "assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de médio prazo de 2%", mas não "não se compromete" com uma data para a esperada descida dos juros.

Em janeiro passado, a presidente do BCE admitiu que as reduções poderiam chegar no verão, sempre dependendo da evolução dos indicadores.

Depois de várias subidas entre julho de 2022 e setembro de 2023, com o objetivo de controlar a inflação, a instituição liderada por Christine Lagarde têm mantido os juros iguais desde a reunião de outubro do ano passado. Assim, e sendo esta a quinta reunião consecutiva em que os juros se mantêm inalterados, tal como os analistas previam, é dado um sinal de que, em breve, e à medida que a inflação fica mais controlada, o BCE poderá começar a cortar nos juros.

“A informação que tem vindo a ser disponibilizada confirmou amplamente a anterior avaliação efetuada pelo Conselho do BCE das perspetivas de inflação a médio prazo", lê-se no comunicado.

"A inflação continuou a descer, impulsionada pela menor inflação dos preços dos produtos alimentares e dos bens. A maioria das medidas da inflação subjacente está a abrandar, o crescimento salarial regista uma moderação gradual e as empresas estão a absorver, nos respetivos lucros, parte do aumento dos custos do trabalho."

Na nota, defende-se que as condições de financiamento permanecem restritivas e que os anteriores aumentos das taxas de juro continuam a pesar sobre a procura, "o que está a ajudar a reduzir a inflação”, mas "as pressões internas sobre os preços são fortes e estão a manter a inflação dos preços dos serviços elevada".

Assim, o Conselho do BCE diz estar determinado em assegurar o regresso da inflação aos 2% e considera que as taxas de juro diretoras do BCE se encontram em níveis que "estão a dar um contributo substancial para o processo de desinflação em curso".
Sobre o futuro, o BCE diz que irá manter a lógica de decisão reunião a reunião conforme os dados disponíveis e, por isso, "não se compromete previamente com uma trajetória de taxas específica".
"As futuras decisões do Conselho do BCE assegurarão que as taxas diretoras permaneçam suficientemente restritivas durante o tempo que for necessário. Se a avaliação atualizada das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária reforçasse a confiança do Conselho do BCE de que a inflação está a convergir para o objetivo de forma sustentada, seria apropriado reduzir o atual nível de restritividade da política monetária", conclui-se no comunicado.
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