13 mar, 2024 - 15:52 • Inês Braga Sampaio
Ralf Rangnick excluiu três jogadores do Rapid de Viena da última convocatória da seleção da Áustria, por terem sido apanhados a entoar cânticos homofóbicos após o dérbi da capital austríaca.
O capitão do Rapid, Guido Burgstaller, e os seus companheiros Marco Grull e Niklas Hedl foram filmados no ato, depois da vitória, por 3-0, sobre o rival, o Áustria de Viena, no dia 26 de fevereiro.
Os vídeos foram disseminados nas redes sociais, o que levou a um rápido pedido de desculpas do Rapid de Viena, por "declarações que não deviam ter sido feitas". Comunicado que também incluía um pedido de desculpas de Burgstaller: "Infelizmente, não podemos corrigir este erro."
"Gostaríamos de distanciar-nos de forma clara de qualquer discriminação e homofobia, e pedir desculpa a qualquer pessoa que tenhamos, direta ou indiretamente, ofendido com o nosso comportamento. Temos noção de que somos um exemplo e, infelizmente, não correspondemos, de todo, a essa responsabilidade", pode ler-se.
Grull também recorreu às redes sociais para "pedir desculpa pessoalmente a todos" pelo episódio: "Garanto que arcarei com as consequências. (...) A homofobia não tem lugar na nossa sociedade."
Os pedidos de desculpas não foram, ainda assim, suficientes para convencer o selecionador da Áustria a incluir os três jogadores na lista para os particulares com a Eslováquia e a Turquia, a 23 e 26 de março.
"[Devem] abordar seriamente o assunto e perceber o que significa para as pessoas quando são publicamente insultadas e discriminadas daquela forma. Isso é algo que nunca tolerarei numa equipa que treine, seja um clube ou uma seleção nacional. Tudo aquilo que defendemos ao serviço da seleção é diametralmente oposto ao que aconteceu na escala dos valores", disse Rangnick, durante o anúncio dos convocados.
Burgstaller, Grull e Hedl não foram os únicos envolvidos no incidente. O diretor desportivo do Rapid de Viena, um adjunto e mais dois jogadores - Maximilian Hoffman e Thorsten Schick - também foram visados.
O capitão e Grull foram suspensos por três jogos (mais três à condição para cada), Hedl por um (mais dois à condição), Schick também por três (mais dois à condição) e Hoffman por um (mais dois). Além disso, os cinco jogadores vão ter de participar em três workshops sobre discriminação, de uma hora cada, em escolas.
O próprio Rapid arrisca-se a perder pontos: se um episódio destes se repetir até ao dia 4 de março de 2026, ser-lhe-ão deduzidos três pontos.