13 out, 2023 • Susana Madureira Martins
Dias após a apresentação da proposta de Orçamento do Estado (OE) pela equipa do Ministério das Finanças, o líder parlamentar do PSD vem defender, no programa São Bento à Sexta da Renascença, que se há excedente orçamental o melhor mesmo é que o Governo devolva "uma parte daquilo que arrecadou".
Questionado sobre o mecanismo que agora é defendido pelo ministro das Finanças e que funciona como reserva financeira proporcionada precisamente pelo excedente orçamental, Joaquim Miranda Sarmento explica que é preciso saber mais sobre o que Fernando Medina quer com este fundo. O dirigente do PSD justifica que é preciso "perceber em que consiste esse fundo, quais são as regras, quais são os objetivos", notando que "foi uma proclamação do senhor ministro das Finanças, mas ainda sem qualquer consubstanciação". No programa da Renascença São Bento à Sexta, o líder parlamentar do PS aconselha cautela na tese de devolução da receita arrecadada pelo Estado. Eurico Brilhante Dias alerta para o atual contexto internacional - guerra na Ucrânia e tensão no Médio Oriente - que obriga a que Portugal seja "particularmente cauteloso" face a "qualquer turbulência". Neste programa, o líder parlamentar do PSD foi ainda confrontado com as palavras do presidente do partido que classificou como "orçamento pipi" o diploma do Governo. Miranda Sarmento não responde se seria expressão que usasse publicamente e justifica a frase de Luís Montenegro. "O Orçamento é um Orçamento, à semelhança de todos os anteriores, que no papel parece, de facto, muito bem desenhado, mas sem uma estratégia para o crescimento da economia portuguesa, com muitas medidas para ir tapando remendos e problemas que se vão agravando", argumenta Miranda Sarmento. O dirigente social-democrata acrescenta ainda que há no OE "um conjunto de intenções, mas depois, quando olhamos para a execução, se for como nos últimos 8 anos fica sempre bastante abaixo".