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PAC não, canhões antigranizo sim. Agricultores de Bragança em protesto

08 fev, 2024 - 01:30 • Marisa Gonçalves

Vão manifestar-se esta quinta-feira. Além do acordo para o pagamento das compensações, apresentam uma lista de reivindicações ao Governo.

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Os tratores agrícolas vão para a estrada, esta quinta-feira, no distrito de Bragança, como forma de protesto. Está agendada uma manifestação em Macedo de Cavaleiros e Carrazeda de Ansiães.

Em declarações à Renascença, Ana Rita Bívar, do Movimento Civil de Agricultores de Portugal, na região de Trás-os-Montes, Douro e Minho, diz que os agricultores não confiam nas palavras do Governo e querem ver medidas concretas.

“Os agricultores não estão minimamente seguros em relação ao Governo. Estão muito preocupados. Além do acordo para o pagamento das compensações há uma lista de reivindicações em cima da mesa. A política comum europeia não está a dar resposta a este mundo agrícola que inclui muitos climas e diversas culturas", aponta.

Ana Rita Bívar fala ainda de preocupações mais específicas deste território. Defende a implementação de torres/canhões antigranizo, sem as quais os agricultores estão sujeitos a grandes prejuízos.

“São prejuízos enormes. Até ao mês de maio, a nossa região corre o risco de ter granizo. É normal isso acontecer, o que para os agricultores é um desastre", declara.

Os produtores de maçã de Carrazeda de Ansiães estimaram perdas na colheita “entre os 95 e os 98%”, por causa do granizo que caiu entre finais de maio e inícios de junho de 2023.

A porta-voz do Movimento Civil de Agricultores de Portugal, na região de Trás-os-Montes, Douro e Minho, admite que o protesto possa bloquear estradas. Alega ser um movimento que atua de forma espontânea.

“Temos na calha várias ideias para o protesto, se assim for necessário. Cada zona está responsável por tratar do tipo de protesto que quer fazer. Não nos podemos esquecer que este é um movimento espontâneo e cada um tem uma palavra a dizer da forma como se quer expressar.”

Ana Rita Bívar diz esperar mais medidas de um Governo de gestão e, em concreto, defende que Portugal deve manifestar a sua oposição ao acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, queixando-se de alegada concorrência desleal de produtos agrícolas.

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