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Chuva dos últimos dias sem “grande expressão” no caudal das barragens

02 mar, 2018


Em entrevista à Renascença, o ministro do Ambiente afirma que "a necessidade de reduzir consumos está sempre presente” e assinala as barragens mais críticas neste momento.

A chuva que caiu nos últimos dias ainda não teve “grande expressão” no aumento do caudal das barragens portuguesas, diz o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, em entrevista à Renascença.

“Vamos ter que esperar alguns dias até que a água chegue às albufeiras. As variações de que eu tenho conhecimento não têm grande expressão, mas, ainda assim, são positivas”, sublinha o governante.

De acordo com dados apurados às 00h00 desta sexta-feira, a barragem da Vigia, no distrito de Évora, tem mais quatro centímetros de água; o Monte da Rocha, em Beja, mais dois centímetros; o Funcho, no concelho de Silves, tem mais 11 centímetros de água, revela o ministro do Ambiente.

“No distrito de Portalegre, que nos preocupa muito, choveu mais no último dia de fevereiro do que em todo o mês de janeiro. É evidente que esta chuva, e a que está prevista para a próxima semana, vai aliviar a situação preocupante que vivemos, a necessidade de reduzir consumos está sempre presente”, alerta Matos Fernandes.

Sobre a barragem de Fagilde, que abastece Viseu e que no último outono desceu a níveis historicamente baixos, o ministro diz que a situação está muito melhor.

“A barragem já esteve até nos 100% de cota. A bacia hidrográfica do Mondego é das que tem mais água, neste momento. Fagilde está longe de ser uma das nossas maiores preocupações neste momento.”

Qual é a maior preocupação neste momento? Matos Fernandes responde que é, sobretudo, a barragem do Monte da Rocha, distrito de Beja, Divor, em Évora, e o Pego do Altar, em Alcácer do Sal.

“São albufeiras que têm pouca água. Estamos a limpar os fundos dessas albufeiras para garantir a qualidade da água, para poder ser substituída e tratada. No caso das albufeiras só de rega é, mais do que limpar os fundos, é mesmo dragar um bocado. O Exército está a trabalhar no Pego do Altar e teve que suspender a operação nos últimos dois dias porque está a cair bastante água e eles retiraram as máquinas para ver como as coisas vão evoluir”, refere.

Num ponto de situação geral, Matos Fernandes fala num cenário de “muita preocupação”. “Vamos ver como vamos chegar ao final de março. Certamente que com estes dez dias de chuva vamos chegar melhor do que estávamos ao final de fevereiro. Esta chuva que está a cair se ela está a chegar pouco às albufeiras é porque está a ser absorvida pelo solo, que está a precisar dela como de pão para a boca”, conclui o ministro.

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  • Pedro
    05 mar, 2018 Lisboa 12:43
    “Vamos ter que esperar alguns dias até que a água chegue às albufeiras." Eborense, leu ao menos?
  • Eborense
    02 mar, 2018 Évora 15:26
    Eu fico estupefacto com estas inteligências, neste caso do Sr. Ministro. Sr. Ministro! Qualquer cidadão, mesmo analfabeto, sabe que as barragens aumentam a sua quantidade de água armazenada, a partir das linhas de água que as alimentam (barrancos, ribeiras, riachos e até rios). Ora como o Sr. Ministro devia saber, essas linhas de água começaram a correr (não é a fugir, é a correr) há apenas 2 ou 3 dias. Diga lá Sr. Ministro como é que queria que as barragens já tivessem subido significativamente o seu nível? Mais 7 ou 8 dias e espero que o Sr. Ministro nos forneça novos dados.