Legislativas 2024

Da "trapalhada" ao "país desgraçado". Dez frases do debate Pedro Nuno Santos vs. Luís Montenegro

19 fev, 2024 - 23:45 • Miguel Marques Ribeiro

Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro estiveram esta segunda-feira no Capitólio para o frente a frente nas televisões. Durante uma hora e vinte minutos de um debate aceso, algumas frases sobressaíram.

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No debate que opôs esta segunda-feira Pedro Nuno Santos (PS) e Luís Montenegro (PSD), os dois candidatos a primeiro-ministro nas eleições legislativas de 10 de março, houve alguns momentos quentes. Do protesto dos polícias a soluções de Governo, do novo aeroporto à economia, saúde e pensões, confira dez frases fortes que marcaram o frente a frente, no Teatro Capitólio, transmitido pela RTP, SIC e TVI/CNN Portugal.

  • "Não se negoceia com coação". Pedro Nuno Santos

O início da discussão ficou marcada por uma pergunta sobre a presença de um protesto das forças de segurança no exterior do Capitólio. Luís Montenegro colocou-se ao lado dos manifestantes, afirmando que é "prioritário encetar um processo negocial" com os polícias. Pedro Nuno Santos garantiu "disponibilidade total para chegar a acordo", mas mostrou desacordo com o formato de protesto adotado.

  • "O PS não apresentará uma moção de rejeição nem viabilizará uma moção de rejeição se a AD vencer as eleições". Pedro Nuno Santos

Foi uma das novidades da noite. Um dos primeiros tópicos introduzidos pelos moderadores foi o posicionamento de cada partido caso o adversário venha a ganhar com maioria relativa. O líder socialista foi claro ao garantir que, caso a AD vença as eleições com maioria relativa, o PS não será um obstáculo para a formação de um governo à direita. Montenegro foi menos taxativo, ao afirmar que para já está concentrado em assegurar a vitória. Uma posição que foi considerada ambígua por Pedro Nuno Santos: "O tabu mantém-se", declarou, acusando os sociais-democratas de "pedir ao PS o que não está disponível para garantir".

  • "Salvamos o PS e Pedro Nuno Santos de uma trapalhada". Luís Montenegro

A construção do novo aeroporto foi um dos tópicos abordados e que provocou uma discussão mais inflamada. Montenegro lembrou que o ex-ministro das infraestruturas decidiu tomar, em junho de 2022, uma decisão à "revelia" do primeiro-ministro e que só a intervenção do PSD permitiu sair do imbróglio" então criado.

  • "O PS faz grandes apresentações, grandes retóricas, grandes planos e depois não executa". Luís Montenegro

Pedro Nuno Santos tentou sublinhar em vários momentos o traço de homem de ação que habitualmente lhe reconhecem: "Gosto de decidir e gosto que o meu país avance. Não gosto de arrastar os pés". Montenegro tentou por diversas vezes contrariar essa imagem: "Pedro Nuno Santos, enquanto ministro, mostrou tudo menos preparação".

  • "Falta ambição ao PS". Luís Montenegro

O líder da Aliança Democrática quis mostrar que o Partido Socialista está cansado, ao fim de três ciclos governativos. Acusou os socialistas de não terem ambição e atirou ainda: "O PS baixou os braços. Não confia sequer naquilo que andou a fazer nos últimos oito anos".

  • "O PSD propõe uma aventura fiscal". Pedro Nuno Santos

O secretário-geral do PS criticou a proposta de um choque fiscal de Montenegro a que opôs uma valorização dos salários e investimento na melhoria da produtividade. "O choque fiscal retira pressão para a inovação. Só vamos provocar um rombo nas contas públicas, sem impacto na produtividade", argumentou. "O PSD propõe uma aventura fiscal. Um rombo de 16,5 mil milhões de impacto nas contas públicas”, declarou.

  • "Ao contrário do que o PSD está sempre a dizer, que o país está desgraçado, Portugal foi o país que mais cresceu no último trimestre [de 2023]". Pedro Nuno Santos

Quando se discutiu economia, o líder socialista lembrou alguns dados positivos alcançados nos últimos anos e classificou a proposta da AD de ser uma "aventura fiscal". Montenegro recusou a ideia e contra-argumentou que a política do PS é uma "voracidade fiscal" que traz bloqueios ao crescimento económico do país.

  • "Estamos a dois meses dos 50 anos do 25 de abril. Prometeu que não ia haver nenhum português que não tivesse acesso a uma habitação. Falhou, Pedro Nuno Santos". Luís Montenegro

A habitação esteve a debate largos minutos. "Em matéria de habitação não há balas de prata. Quem promete balas de prata está a enganar as pessoas", começou por afirmar o secretário-geral do PS, ao que Montenegro contrapôs evocando uma promessa antiga não cumprida do ex-ministro das Infraestruturas.

  • "Não temos dogmas". Pedro Nuno Santos

As políticas para o Serviço Nacional de Saúde mostraram a existência de dois projetos diferentes para o país. Do lado socialista, sobressaiu a ideia de que já existe uma colaboração do serviço público com os sistemas privado e cooperativo de saúde. No entanto, "os recursos do Estado devem ser investidos em primeiro lugar no SNS", vincou Pedro Nuno Santos. Já Montenegro sublinhou que "não há nenhuma unidade de saúde em Portugal que funcione sem a complementaridade dos serviços privados" e deixou o alerta que a crise do SNS é real: "Está hoje num estado em que nós precisamos de o salvar", vincou Montenegro.

  • "Eu garanto que farei sempre a atualização das pensões de acordo com a inflação. Nunca farei aquilo que fez António Costa e Pedro Nuno Santos". Luís Montenegro

Quando se falou de pensões os dois candidatos entraram em clara divergência. Montenegro retomou a ideia de que o último Governo fez um corte de mil milhões nas pensões em 2022, entretanto reposto em 2023. Pedro Nuno Santos sublinhou que "Não há nenhum pensionista que tenha perdido um cêntimo de pensão" e acusou o social-democrata de mentir.

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