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Papa com voz rouca pelo fim da violência e das minas antipessoais

28 fev, 2024 - 10:47 • Aura Miguel

Após ter cancelado a sua agenda, desde sábado, para recuperar de uma gripe, o Santo Padre presidiu hoje à habitual audiência geral das quartas-feiras.

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Com voz rouca e ainda engripado, o Papa pediu esta quarta-feira orações pelas vítimas dos ataques recentes contra lugares de culto no Burkina Faso e pelas populações do Haiti, “onde persistem os crimes e os sequestros dos bandos armados”. Francisco pediu ainda aos fiéis que não esqueçam os povos que sofrem por causa da guerra na Ucrânia, na Palestina, em Israel e tantos outros.

Também a propósito dos 25 anos da entrada em vigor da Convenção que proíbe as minas antipessoais, cuja comemoração se assinala a 1 de março, o Santo Padre lamentou que estas continuem a atingir civis inocentes e crianças, muitos anos após o fim das hostilidades. Francisco exprimiu a sua solidariedade a todos às vítimas destes “dispositivos sorrateiros que nos recordam a dramática crueldade das guerras e o preço que as populações civis são obrigadas a sofrer”. O Papa agradeceu aos que ajudam as vítimas e trabalham para limpar as áreas contaminadas, considerando o seu trabalho, “uma resposta concreta ao chamamento universal a sermos construtores de paz, cuidando dos nossos irmãos e irmãs”.

Após ter cancelado a sua agenda, desde sábado, para recuperar de uma gripe, o Santo Padre presidiu hoje à habitual audiência geral das quartas-feiras mas explicou, logo no início, que a catequese seria lida por um seu colaborador. “Ainda estou um pouco engripado, por isso, pedi a Mons Ciampanelli para ler a catequese”, disse sem esforçar a voz e um pouco rouco.

Desta vez, a reflexão da catequese foi dedicada à inveja. "Na sua base, há uma relação de amor-ódio: desejamos o mal ao outro, mas no fundo quereríamos ser como ele. Os seus sucessos ou a sua boa sorte consideramo-los uma injustiça, pois nós merecíamos muito mais!”, alerta o Papa, acrescentando que na raiz da inveja, existe uma ideia falsa de Deus, ou seja, “não se aceita que Ele tenha a sua «matemática», diferente da nossa”.

Francisco disse ainda que “de braço dado com a inveja, anda a vanglória, a vaidade, vícios próprios duma pessoa que sonha ser o centro do mundo, que é incapaz de empatia e não percebe que existem outras pessoas no mundo além dela”. E mais: “A pessoa vaidosa, as suas façanhas, os seus sucessos devem ser mostrados a todos numa perpétua atitude de mendigar a atenção”. E se, porventura as suas qualidades não são reconhecidas, o vaidoso “fica extremamente irritado e os outros são injustos, não o entendem, nem estão à sua altura”, denunciou o Papa.

Para vencer tais vícios, Francisco apontou o exemplo de São Paulo que, apesar de pecador, afirmou: “Prefiro gloriar-me nas minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo”.

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