A+ / A-

Israel admite reavaliar relações com ONU após declarações de Guterres

24 out, 2023 - 21:28 • Lusa

Erdan já tinha pedido a Guterres para se demitir "imediatamente", acusando o líder da ONU de ser "parcial" em relação ao conflito em curso.

A+ / A-

Israel vai reavaliar as relações com a ONU, após o secretário-geral da organização, António Guterres, ter dito que os ataques do grupo islamita palestiniano Hamas "não aconteceram do nada", disse, esta terça-feira, à agência Lusa o embaixador israelita, Gilad Erdan.

"Definitivamente teremos de fazer uma avaliação sobre as nossas relações com a ONU. Estamos a reclamar há muito tempo", disse à Lusa o embaixador israelita junto da ONU, Gilad Erdan, em Nova Iorque, ao ser questionado sobre o futuro das relações entre Israel e as Nações Unidas após ter pedido que Guterres renuncie ao cargo.

"Depois daquilo que o líder desta organização (Guterres) acabou de dizer esta manhã, apoiando o terrorismo, não há outra forma de explicar. Obviamente, o nosso Governo terá de reavaliar as relações com a ONU e os seus funcionários que estão estacionados na nossa região", acrescentou o representante diplomático.

Pouco antes, Erdan tinha pedido a Guterres para que se demitisse "imediatamente" de funções, acusando o líder da ONU de ser "parcial" em relação ao conflito em curso entre Israel e o Hamas, hostilidades que estão a desestabilizar fortemente a região do Médio Oriente.

O pedido de demissão de Guterres foi posteriormente apoiado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Eli Cohen, que cancelou uma reunião agendada para hoje com o secretário-geral da ONU.

A indignação do Governo israelita foi manifestada na abertura de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU dedicada ao conflito em curso no Médio Oriente, quando Guterres condenou inequivocamente os "atos de terror" e "sem precedentes" de 07 de outubro perpetrados pelo Hamas em Israel, mas admitiu ser "importante reconhecer" que os ataques do grupo islamita "não aconteceram do nada", frisando que o povo palestiniano "foi sujeito a 56 anos de ocupação sufocante".

"Viram as suas terras serem continuamente devoradas por colonatos e assoladas pela violência; a sua economia foi sufocada; as suas pessoas foram deslocadas e as suas casas demolidas. As suas esperanças de uma solução política para a sua situação têm vindo a desaparecer", prosseguiu Guterres, na mesma intervenção.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Anónimo
    25 out, 2023 Lisboa 18:28
    Façam boa viagem! Só faz falta quem fica.
  • Karma
    25 out, 2023 Lisboa 07:55
    A pouco e pouco o véu da ONU começa a cair. Uma organização que apenas procura lucro à custa da miséria dos povos... Guterres como PR de Portugal era a cereja no cimo do bolo...

Destaques V+