Dúvidas Públicas

Telecomunicações. ANACOM espera descida dos preços com novo operador

09 fev, 2024 - 06:30 • Sandra Afonso , Arsénio Reis

Na primeira entrevista desde que tomou posse como presidente da Autoridade Nacional de Comunicações, Sandra Maximiano espera mais concorrência no mercado português das telecomunicações com a entrada de uma nova empresa.

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ANACOM espera descida dos preços e fidelizações mais curtas com entrada do novo operador
ANACOM espera descida dos preços e fidelizações mais curtas com entrada do novo operador

A nova presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) espera uma descida dos preços e fidelizações mais curtas nas telecomunicações com a chegada a Portugal do operador Digi.

Em entrevista ao programa Dúvidas Públicas, da Renascença, Sandra Maximiano diz que o novo operador “vai entrar no país com uma grande ambição” e “produtos mais baratos” que preenchem “uma lacuna no mercado”.

A economista concorda com o seu antecessor, João Cadete de Matos, que já antecipava que a Digi iria provocar uma descida dos preços e a redução dos períodos de fidelização nas telecomunicações. Sandra Maximiano admite que “é natural que isso aconteça”, a Digi tem “ofertas agressivas, num mercado saudável vai criar reação” e os restantes operadores tenderão a acompanhar.

Ainda não são conhecidos preços nem condições dos serviços da empresa para Portugal, mas a Digi tem apostado em entrar nos mercados com preçários altamente competitivos. Aqui ao lado, na vizinha Espanha, começou por cobrar cerca de metade dos preços da concorrência e oferece fidelizações de apenas três meses.

Em Portugal, a ANACOM espera que a Digi apresente pacotes com menos produtos, mais adaptados às necessidades e consumos dos clientes e, finalmente, sem telefone fixo obrigatório.

“Esperamos que a Digi cubra a falta de pacotes com menos produtos, ofertas ‘standalone', ofertas direcionadas a públicos mais jovens que não pretendam telefone fixo, ofertas mais customizadas que permitam pagar o que a pessoa realmente consome”, explica Sandra Maximiano.

“Cinco empresas seria o ideal, mas já é difícil para o mercado português”

Ainda não foi anunciada uma data para o arranque da atividade da Digi em Portugal, porque “a empresa quer entrar em força” no país. Segundo a presidente da ANACOM, não há uma data fixa, mas a empresa mantém que será ainda no primeiro semestre de 2024.

Sandra Maximiano garante que “o receio de não entrar, não existe!” A operadora “está a instalar muita infraestrutura própria, fez um grande investimento” no país, e ainda fechou um acordo com a Vodafone para a cedência de espetro e acesso à rede de fibra ótica.

Nesta entrevista ao programa Dúvidas Públicas, da Renascença, a primeira desde que tomou posse, a presidente da Autoridade Nacional de Comunicações defende, também, que cinco grandes operadoras no mercado nacional “seria o ideal”, em termos de concorrência, mas já tornaria difícil rentabilizar o investimento.

“Mais uma grande empresa [a Digi], com força suficiente para competir com as empresas instaladas, já vem causar uma grande disrupção no mercado”, explica a economista. “Cinco empresas seria o ideal, seria bom, mas já é difícil para o mercado português”.

São excertos da entrevista da nova presidente da ANACOM ao programa Dúvidas Públicas. Sandra Maximiano está no cargo desde meados de dezembro, sucedeu a João Cadete de Matos, e esta é a primeira entrevista que dá desde que assumiu funções.

A entrevista será transmitida este sábado, depois do meio-dia, e ficará depois disponível em www.rr.pt e nas plataformas de podcast.

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