08 fev, 2024 - 23:36 • Filipa Ribeiro
Muitos chegaram meia hora antes da hora marcada para a antestreia de “Soares é Fixe”, o filme que recorda momentos marcantes na vida política de Mário Soares. Foi o caso dos filhos João e Isabel Soares satisfeitos por haver um filme sobre o pai.
“Estamos muito expectantes”, disse Isabel Soares. João Soares partilhou recordações de outros tempos com os atores e não tem dúvidas: “não há nenhum português com mais de 50 anos que não tenha memória destas eleições que foram as mais emocionantes e disputadas da vida política portuguesa”, numa referência às presidenciais de 1986, entre Mário Soares e Freitas do Amaral.
O histórico socialista Manuel Alegre marcou presença na antestreia. Recorda como viveu esse ano de 86 e deixa recados sobre a atualidade: “O que é triste é que, 50 anos depois [do 25 de Abril], vejamos a extrema-direita a crescer, a chegar alto nas sondagens, os jovens - muitos deles - a votarem à direita. Temos que reconhecer que algo falhou na pedagogia democrática de todos nós que fizemos o 25 de Abril”.
Acompanhado por Manuel Alegre, chegou Pedro Nuno Santos, o secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro nas eleições legislativas de 10 de março.
Pedro Nuno Santos recusou fazer comparações entre a disputa nas eleições de 1986 e a atual, e não respondeu à questão sobre se acredita conseguir o que Mário Soares conseguiu.
O secretário-geral do PS preferiu recordar o que Mário Soares fez. “Teve um papel importante na democracia, na adesão à União Europeia”, disse. "São conquistas que temos de defender, temos de avançar e defender o que conseguimos”, afirmou Pedro Nuno Santos, confessando que o antigo Presidente é a sua maior referência política.
Depois de cruzar olhares com o até agora presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, Pedro Nuno Santos apressou-se para a porta para receber António Costa. O primeiro-ministro demissionário chegou na companhia da esposa. Ex-secretário-geral e atual secretário-geral do PS cumprimentaram-se, seguiram até junto de Manuel Alegre, conversaram e entraram na sala.
No auditório, sentados, já estavam vários ministros, como Pedro Adão e Silva e Mariana Vieira da Silva. A ministra da Presidência foi, aliás, das primeiras figuras do governo a chegar.
Depois de cumprimentar os filhos de Mário Soares, disse à Renascença não ter dúvidas de que o período retratado no filme, as eleições de 16 de fevereiro de 1986, “são dos momentos mais inspiradores para os socialistas”, acrescentando que também no momento atual “há vontade e força para continuar”.
No “livro de ponto” a falta foi marcada apenas a Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente da República não assistiu à antestreia do filme onde também é visado.
A estreia comercial do filme “Soares é Fixe”, que tem como destaque a noite eleitoral de 16 de fevereiro de 1986, está marcada para 22 de fevereiro – duas semanas antes das eleições legislativas de 10 de março.