Grândola, Vila Morena' foi uma das senhas da Revolução de 1974, passando no programa "Limite", da Renascença, pelas 00h20 da madrugada do dia 25 de Abril. Cinquenta anos depois, a música de Zeca Afonso foi cantada mais uma vez na Assembleia da República no final da Sessão Solene comemorativa do meio século da Revolução.
Apesar do “exame prévio”, as canções tomaram corpo na voz do público que encheu o Coliseu em março de 1974, voz coletiva que já não era possível censurar. Nesse concerto, a canção que José Afonso tinha escrito para homenagear a Sociedade Fraternidade Operária Grandolense, “Grândola, vila morena”, ganhou uma renovada força – transportava as feridas e esperanças de uma narrativa coletiva.
O cantor Francisco Fanhais lembra à Renascença o episódio da gravação da música que viria a ser uma das senhas da Revolução, no dia em que Grândola inaugura um novo museu.
O album foi reeditado no âmbito de plano de disponibilização da música do cantautor em CD e vinil e, pela primeira vez, nas plataformas de "streaming", onde "Grandola Vila Morena" foi a música mais escutada em Espanha, França, Brasil e Alemanha.
O festival decorre até 27 de fevereiro e tem ainda como destaque uma "noite de fado convergente", com Maria do Ceo, que nasceu em Portugal e cresceu na Galiza.
A MusiConsult alega que as gravações de José Afonso estão licenciadas à Movieplay e à Arte Orfeu e que não foi dada qualquer autorização à Lusitanian Music para reeditar a obra.