Uns trabalham pelos salários mais baixos da economia nacional, outros passeiam e contribuem para que o turismo continue a ser o motor da economia. Os primeiros são imigrantes, partilham casa com dezenas de pessoas e tentam sobreviver com pouco. Os segundos são turistas, ficam alguns dias e gabam o sol, a comida e os preços baixos. Dos 300 mil trabalhadores do turismo não se sabe quantos são estrangeiros. Mas é certo que o número está a aumentar. À Renascença, Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, defende que é necessário aumentar salários no setor. “Já em 2023, tivemos o melhor quadrimestre de sempre na área do turismo”, conta. Mas a que custo?
Daniel Serra, da associação Pro.Var, diz que, apesar do empresário comprar alguns produtos isentos de IVA, o imposto para o setor da restauração é de 13%. Uma forma de mitigar o desequilíbrio seria baixar o IVA da restauração para 6%.
Proprietários de restaurantes ponderam fechar. Associação do setor refere que, mesmo nas cidades com turismo, à medida que o mês avança há quem esteja de portas abertas e sem vendas.
Programa “Mais Habitação”, apresentado pelo Governo, “implica fortes restrições ao AL”, que “carecem de justificação, uma vez que esta atividade não é, e nunca foi, a responsável pela crise da habitação em Portugal”.
Secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal elogia algumas medidas adotadas, mas não deixa de criticar o Governo por desvalorizar a Concertação Social. 2023 ainda é um ano de incerteza e "todos os dias há empresas que nos dizem que não conseguem resistir", alerta.
Ana Jacinto diz à Renascença que o IVA só não baixa se o Governo não quiser. “Por via da inflação há uma folga orçamental significativa. São opções políticas", afirma.
Este ano, a distinção de uma estrela foi entregue pelo chef português Ricardo Costa (The Yeatman, Porto, duas estrelas Michelin), uma novidade nas cerimónias de apresentação do guia.
Congresso da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal realiza-se entre 14 e 15 de outubro, logo após a entrega da proposta de Orçamento de Estado para 2023 no Parlamento. Governantes vão ouvir muitas preocupações dos empresários do setor.
A associação recorda que "os aumentos excessivos nos custos de produção, na energia e nas matérias-primas (sobretudo alimentares), bem como a evolução das taxas de juro reduzem drasticamente as margens das empresas, ao ponto de colocar em risco a sua sustentabilidade e a manutenção dos seus postos de trabalho, antevendo-se que este cenário se agrave já a partir do próximo mês de outubro".